O Ministério da Saúde mudou de posição em relação à vacinação de adolescentes de 12 a 17 anos sem comorbidades. Em nota publicada na noite da quarta-feira (15), a pasta informou que a vacinação a partir de agora deve ficar restrita a três perfis específicos: os adolescentes com deficiência permanente, a adolescentes com comorbidades, e a adolescentes privados de liberdade.
A nota contraria uma outra publicada pela autarquia do Governo Federal no dia 2 de setembro, que recomendava a vacinação para esses adolescentes a partir do dia 15 deste mês, ou seja ontem. No dia 3, o Ministério informou que começaria a enviar doses de vacinas para a população pertencente a este grupo. Fato que não aconteceu.
O Conselho Nacional de Secretarias de Saúde (Conass) e o Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems) pediram nesta quinta-feira (16) um posicionamento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a aplicação da vacina neste público. Alguns estados já começaram a suspender a imunização nesta faixa etária.
De acordo com o Ministério da Saúde a “maioria dos adolescentes sem comorbidades” não sofrem de casos graves da doença, que há “somente um imunizante” avaliado em ensaios clínicos, e que “os benefícios da vacinação em adolescentes sem comorbidades ainda não estão claramente definidos”.
Em uma das suas justificativas para deixar de prever o público amplo, a nota argumenta que a “Organização Mundial de Saúde não recomenda a imunização de criança e adolescente, com ou sem comorbidades”.
Entretanto, a afirmação não corresponde ao posicionamento da entidade. A OMS afirma que “crianças e adolescentes são menos propensos a ter complicações por causa da doença”, mas na sequência não traz indicação contrária: diz apenas que a vacinação ampla deste público é “menos urgente” do que vacinar outros grupos, como pessoas mais velhas, com comorbidades e trabalhadores da saúde.
No Brasil, o imunizante da Pfizer já tem autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser aplicado nesta faixa etária; e, pelo mundo, outras vacinas já são aplicadas em menores de 18 anos.
O próprio Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), que participa das decisões sobre os rumos do Plano Nacional de Imunizações, divulgou nota na quarta afirmando que a “vacinação de todos os adolescentes é segura e será necessária”.
Com Agências