Ao contrário do que fez pelo seu orkut, o estudante de Ciências Sociais da UEM, Bartolomeu Parreira Nascimento, o Bartô, não assumiu na delegacia de polícia ao ser autuado pelo Delegado José Nunes Furtado, na manhã do último sábado que havia quebrado a janela do RU no “Sarau” daquela madrugada que reuniu cerca de 150 estudantes no campus.
Na 9ª SDP o “estudante” disse que “não se recorda de ter dado um murro na vidraça do RU”, nem de ter brigado com a namorada, o que seria o verdadeiro motivo da briga e do soco no vidro. Segundo os vigilantes da UEM o vidro foi quebrado devido a uma crise de ciúmes e a namorada teria confirmado a briga.
Ainda nos autos o rapaz, carioca, de 23 anos, perguntado sobre os ferimentos na mão disse que não sabia como foram produzidos e que poderia ter sido feitos pela Polícia Militar. Ele confirmou ter bebido cerveja e conhaque (o que dentro do campus é proibido)
Agora compare com a afirmação que o mesmo rapaz fez pelo orkut:
“Eu quebrei uma janela do RU, fato que não me lembro porque estava muito bêbado, e fui preso por dano ao patrimônio público. Como foi com minha pessoa a galera vai ficar fofocando sem parar e já foi levantado no CEEB (levantado devido o pedido da militante da caminhando sobre o pagamento da fiança dele). To pouco me f(*)dendo para a opinião alheia. Estava errado sim, fui preso e pagarei um vidro novo. Sem drama nem mistério excessivo. Vários amigos meus foram presos por desacato a autoridade e apanharam da polícia. Todo mundo acordou dolorido.”
Bom, na verdade além de ter que pagar um novo vidro, Bartô, pode e deverá ser expulso da instituição. Ele infrigiu várias normas internas e externas. Agora é devido a estudantes como esse que Saraus dentro da Universidade estão proibidos.
Agora a pergunta que não quer calar: Qual é a versao verdadeira? Dá para confiar em alguma?
Paulo Bocatto
21 de setembro de 2009 às 21:36
Esse é o futuro da nação,esse cara tem que ser expulso da instituíção,mas dúvido que isso aconteça.
Bartolomeu P. Nascimento
22 de setembro de 2009 às 22:24
Você poderia ter perguntado alguém involvido para exclarecer os fatos. Eu não me lembro de quebrar o vidro da UEM, prefiro ser honesto do que mentir. Na ação policial, porém, estavam envolvidos vários estudantes, que reconstituíram o incidente para mim. Em relaçao à agressão que sofremos (vários estudantes foram presos), existem várias testemunhas além de registro em vídeo. Um policial colocou uma arma dentro da boca de um estudante e policiais do sexo masculino bateram numa estudante, que ainda tem hematomas sérios. Em relação aos saraus, você sabe muito bem que o fato de eu ter quebrado um vidro, fato do qual me arrependo e não cometí em sã consciência, não é a razão pelo qual os saraus são proibidos. Foram realizados vários saraus este ano e em nenhum que eu sei, além de um sarau de geografia em que também foi quebrado um vidro e ninguém foi acionado, aconteceu algum problema. Nos saraus que sociais realizou com filosofia eu mesmo fiquei até o sol raiar catando o lixo que a galera deixou no gramado. Em relação à ser expulso, isso cabe a UEM decidir. Manifesto meu arrependimento, me disponho a pagar pelo concerto do vidro do R.U., porém não creio que deva ser expulso por um único erro cometido, do qual eu quero reparar materialmente. Gostaria que você noticiasse também o excesso de violência usada pela PM, em uma ação completamente irregular, mas não sei se você tem interesse político em defender os estudantes. A violência da PM é injustificada.
Raisa
22 de setembro de 2009 às 22:37
Eita, ta pegando fogo a UEM, ou será que o povo ta de fogo? rsrsr (essa nem o macaco simão faria!)
Mas olhando de fora me parece que de fogo a galera faz coisas que até o próprio cidadão dúvida. Tanto dúvida que agora sem o efeito do alcool e percebendo que pode perder a vaga dentro de umas das melhores universidade do estado, resolve pensar melhor no acontecido.
Uma retratação bem pública sobre o fato é um bom começo, que tal uma faixa? ou quem sabe o acampamento da desculpa na reitoria? (vamos criar lista de sugestões)
Pois um ato assim, que parece bobo, pode ter consequências ruins para tds os estudantes. Tanto pelo fato da bebedeira, tanto pelo fato da repressão policial.
Michael Genofre
23 de setembro de 2009 às 6:36
Nenhuma forma de violência pode ser tolerada em uma universidade. Nem a policial, nem a dos próprios estudantes. Depredar o patrimônio em um momento de conflito parece que é uma espécie de álibi, mas no fundo não é. Nas eternas ocupações de reitoria na UFPR, por exemplo, ainda que em alguns casos com violenta ação da Polícia Federal (que entrou armada para "negociar" com os estudantes); a preocupação com o patrimônio era imensa. De prejuízo, nessas ocupações, só o iogurte do reitor, que foi "tomado" em nome do movimento. No caso da UEM, e no caso do estudante que quebrou o vidro, nasce um novo problema. A reposição do vidro quebrado deve ser paga pelo estudante, mas não inibe-o de medidas disciplinares. Não se pode ir metendo a mão em um vidro e sair sem nem pelo menos uma suspenção. E, como foi gesto isolado, não foi uma ação movida por uma entidade estudantil, o estudante tem e deve ter uma medida disciplinar sem maiores interferências das entidades estudantis. Expulsão seria um grande abuso por parte da universidade, mas não fazer nada também seria.
No fim das contas, "ficar de fogo" e brigar com a namorada no meio de um conflito na universidade pode ser prejudicial, pelo menos pelos retalhos nas mãos que ficam pela bobagem de se socar um vidro.
Leandro
23 de setembro de 2009 às 11:00
Bartô não distorça os fatos. A Polícia só foi chamada depois que aconteceu de ter sido quebrado o vidro, de vc já ter brigado com a namorada e já ter havido confusão com os vigilantes. Depois veio a polícia. Claro que a polícia agiu com violência e isso temos que reconhecer, mas vc e seus amigos deram muita margem para que isso acontecesse.
Bartolomeu P. Nascimento
27 de setembro de 2009 às 18:59
http://proletariolibertario.blogspot.com/2009/09/o-incidente-do-sarau-na-uem-e-violencia.html