Na última quarta-feira, dia 6, aconteceu o I EPCT – Encontro Paranaense sobre os Caminhos do Peabiru. A realização do evento foi possível por meio da Divisão de Cultura e Arte Popular e Comissão de Ressignificação dos Caminhos de Peabiru e pela parceria com a Paraná Turismo – Secretaria de Estado de Esporte e Turismo.
O dia de evento contou com a presença de participantes da região, tais como professores e alunos da rede pública municipal e estadual, historiadores, escritores, geógrafos, turismólogos, arqueólogos e aficionados.
Para o coordenador da comissão e um dos organizadores do evento, o historiador e geógrafo Arléto Rocha, “o evento teve e cumpriu a missão de não se encontrar as respostas, mas sim de sairmos do encontro com mais perguntas do que começamos, pois são as contradições que movem o mundo”, destaca.
O encontro iniciou-se com a apresentação do Projeto de Ressignificação dos Caminhos de Peabiru pela comissão de nome homônimo. Apresentou-se um histórico sobre os Caminhos e seus objetivos, o qual tem como essência tornar íntimo e incorporar a cultura local e regional, os sentidos e a mística dos Caminhos de Peabiru.
Em um segundo momento, o evento prosseguiu com a comunicação da arqueóloga do Museu Paranaense de Curitiba Cláudia Parellada, a qual discutiu sobre o “Paraná Espanhol” de outrora e sobre a história das etnias Guarani, Xetá e Caingangue. Segundo a pesquisadora, a cidade espanhola de Vila Rica do Espírito Santo, hoje a cidade de Fênix/PR, no século XVI,compreendia uma cidade maior que Paranaguá e era a principal cidade do estado no século XVII.Para a arqueóloga, a existência de uma cidade deste tamanho seria possível por meio de vias de comunicação, ou seja, o Caminho de Peabiru, pelo qual se realizava o transporte. Por essa razão, “o Caminho de Peabiru era de grande importância e passava pela cidade de Peabiru/PR”, ressalta Cláudia.
No período da tarde, o grupo do Necapecam – Núcleo de Estudos dos Caminhos de Peabiru na COMCAM, sob a palavra das professoras Marilene Celant (Turismo e Meio Ambiente) e Gisele Ramos Onofre (Geografia), ambas da Unespar – campus Campo Mourão, da arqueóloga Sabrina de Assis e do agroempresário Jose Gancedo, a questão do entrelace dos Caminhos de Peabiru com a verve turística foi abordada, a qual resultou em discussões acerca das maneiras de conduzir o projeto turístico de forma harmônica entre índios e não índios.
Na conclusão do evento, o Coordenador da Paraná Turismo, Hardy Guedes, apresentou uma teoria de que o Caminho de Peabiru não teria sido criado pelos indígenas, mas sim pelos hebreus e sumérios, os quais usaram o caminho para transporte de tesouros ao Oriente.
Por meio das discussões, ficou definido o próximo encontro, o qual ocorrerá em Pitanga/PR com data a ser marcada. Outro resultado do evento foi o ressurgimento do Necapecam – Núcleo de Estudos dos Caminhos de Peabiru na COMCAM em parceria com o grupo de estudos da Unespar – campus Campo Mourão, aos quais será proposta a união com a Comissão de Ressignificação dos Caminhos de Peabiru.