A retomada das aulas presenciais ainda este ano é vista com preocupação por pai e educadores por conta do alto risco de contagio da covid-19. Na semana passada, o governo do Paraná informou que as atividades devem voltar a partir de setembro com esquema de revezamento e limite de pessoas no ambiente a cada dia.
Sindicato dos Trabalhadores de Educação Pública do Paraná (APP-Sindicato) afirmou que a pandemia do novo coronavírus não está controlada no estado para que o Governo do Paraná anuncie a possibilidade de retorno das atividades presenciais em setembro. O Paraná encerrou o mês de junho com 22.623 casos do novo coronavírus, porém terminou o mês de julho com mais do triplo de casos chegando a um total de 75.300 pessoas infectadas, desses 6.496 casos foram diagnosticados entre crianças e jovens de 0 a 19 anos de idade, faixa etária que esta atualmente cumprindo isolamento social, mas com a retomada das aulas voltarão a circular pelas cidades.
Especialistas da Fiocruz afirmam que jovens desenvolvem quadros mais leves da doença, mas fazem parte do ciclo de contágio e podem transmitir o vírus ainda que sem sintomas. A escola é muito propícia para a transmissão entre as crianças, que brincam e conversam juntas em ambiente fechado e voltam para casa, onde podem transmitir o vírus para a família, acelerando ainda mais a curva de contaminação.
Para a diretora da App-Sindicato Walkiria Olegário Mazeto, “O Paraná não tem uma pandemia controlada para anunciar possível retorno às aulas presenciais. O protocolo é baseado em medidas internacionais de prevenção ao coronavírus, mas as aulas nestes países só voltaram depois que os números de casos e mortes caíram e a situação foi completamente controlada”.
Ainda de acordo com o sindicato, o retorno não foi o suficientemente discutido pelo comitê montado pelo governo, não foram apresentados indicadores sobre o controle da pandemia que apontem para a segurança do retorno das atividades em setembro. E anunciou que os pais terão o direito de decidir se envia seu filho a escola ou não, para Inês Nogueira, mãe de um adolescente de 16 anos “essa consulta parece que o governo esta me perguntado se autorizo que meu filho seja contaminado.”
Outro alerta levantado por educadores e pais, a preocupação com os avós, que foi bastante discutida nas primeiras semanas da epidemia, segue atual: com a reabertura do comércio e de escritórios, os pais precisam voltar a trabalhar e as crianças acabam ficando sob os cuidados de um familiar mais velho, que pode estar no grupo de risco, para além do perigo que os professores e todos os profissionais que trabalham na escola correm de ser contaminados.