Ministério da Saúde registrou 117 casos da síndrome, que ataca apenas crianças e adolescentes e podem surgir semanas depois da contaminação pelo coronavírus.
A Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica, potencialmente relacionada à Covid-19, levou pelo menos 9 crianças e adolescentes à morte no Brasil. O número de óbitos triplicou desde julho, quando eram três registros, todos eles no Rio de Janeiro. De acordo com dados do Ministério da Saúde, outros estados já registram óbitos agora: há uma morte na Bahia, duas no Pará, duas no Ceará e uma em São Paulo. Os números de registros da síndrome também aumentaram, passando dos 71 de julho a 117 na segunda semana de agosto.
No Brasil a maioria dos casos foram relatados em crianças de até 4 anos de idade e a maior parte dos pacientes é do gênero masculino, 69 do total. Confira abaixo:
• 0 a 4 anos: 48 casos e 6 óbitos
• 5 a 9 anos: 36 casos e 1 óbito
• 10 a 14 anos: 28 casos 2 óbitos
• 15 a 19 anos: 5 casos
Veja os estados onde houve registro da Síndrome.
• Bahia: 11 casos e 1 óbito
• Rio Grande do Norte: 4 casos
• Distrito Federal: 4 casos
• Pernambuco: 5 casos
• Piauí: 3 casos
• Rio de Janeiro: 22 casos e 3 óbitos
• Pará: 13 casos e 2 óbitos
• Ceará: 41 casos e 2 óbitos
• São Paulo: 14 casos e 1 óbito
Entenda o que é a Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica
A relação entre a síndrome e a Covid-19 ainda não é totalmente clara para cientistas. A síndrome, considerada rara, causa uma inflamação generalizada no corpo e pode levar à morte. Uma das hipóteses científicas para explicá-la é que, após a resposta do corpo à Covid-19, o sistema imunológico ataque o próprio organismo.
A síndrome atinge apenas crianças e adolescentes e surge até quatro semanas depois da contaminação pelo coronavírus, ainda que a pessoa não tenha manifestado sintomas da Covid-19.
Os sintomas mais frequentes são:
• Febre acima de 38 (mais de três dias);
• Dor abdominal (que pode até simular apendicite);
• Diarreia;
• Vômitos;
• Manchas no corpo;
• Vermelhidão nos olhos, na boca ou nas extremidades (mãos e pés).
Além disso, a síndrome tende a afetar o coração podendo causar disfunção cardíaca, choque ou miocardite em alguns pacientes, sendo estes os principais motivos de internação em Unidades de Terapia Intensiva (UTI) em crianças acometidas pela doença.
É importante saber se a criança testou positivo para Covid-19 ou teve contato com casos confirmados da doença nos últimos 30 dias. Os sintomas que podem ser confundidos com outras doenças por isso é importante a realização de testes laboratoriais. O tratamento é feito, geralmente à base de corticoides e imunoglobulina (anticorpos).