Desde que o Governo Federal anunciou, através da direção da Petrobrás, colocaria a venda refinarias brasileiras a iniciativa privada criou-se um alerta no Paraná, afinal o estado é território de duas subsidiárias da petrolífera que o Presidente Bolsonaro quer se desafazer.
As refinarias Presidente Getúlio Vargas (Repar) de Araucária e Unidade de Industrialização do Xisto (SIX) de São Mateus do Sul, foram pensadas para abastecer o mercado e, assim, fornecer a energia necessária para a industrialização. Mas também foram pensadas para equilibrar o desenvolvimento nacional.
A privatização das subsidiárias da Petrobrás no Estado pode resultar em impactos sociais e econômicos profundo no estado, afirmaram especialistas que participaram de uma audiência pública remota organizada pela Assembleia Legislativa do Paraná nesta quinta-feira (03) para discutir o assunto.
Caso aconteça o pior, o Paraná perde o refino do diesel, gasolina, GLP (gás de cozinha), coque, asfaltos, combustíveis, QAV (querosene para aviação), propano, óleos marítimos, entre outros produtos. Além de uma rede interconectada de oleodutos que ligam a refinaria aos terminais e pontos de distribuição tanto no estado como em Santa Catarina. Soma-se a isso um mercado que envolve empregos, fornecedores, empresas satélites, arrecadações municipais e estaduais.
A medida vai causar o desemprego de milhares de trabalhadores e afetar cadeias econômicas regionais importantes. Além da queda na arrecadação do Estado, apenas as subsidiárias paranaenses representaram, sozinhas, entre os anos de 2017 e 2018, mais de 7% da arrecadação de impostos do Estado. A Petrobrás é a segunda maior contribuinte em ICMS do Executivo, atrás apenas da Copel.
No caso da Repar, o impacto no Paraná pode ser devastador para a região de Araucária, maior polo industrial do estado. Na refinaria são aproximadamente 3,4 mil empregos (diretos e indiretos), com uma produção que atinge 33 milhões de litros/dia de derivados e que representa 12% de toda produção nacional em jogo. Só em circulação de mercadorias e serviços (ICMS) gera mais de R$ 2 bilhões/ano e é a segunda maior arrecadadora do Paraná.
A força da empresa no Paraná reuniu governistas e oposição para promover a campanha “Petrobras Fica no Paraná”, que tem como objetivo debater mecanismos para impedir a venda das subsidiárias da Petrobras instaladas no estado. O debate foi proposto pelo líder da Oposição na Assembleia, deputado Professor Lemos (PT), e pelo líder do Governo, deputado Hussein Bakri (PSD), e reuniu políticos, economistas, pesquisadores e representantes dos petroleiros.
O governador Carlos Massa Ratinho Junior (PSD) também já acenou que entrará com mais força na batalha anti-privatização das duas unidades da Petrobras no estado.
Ao final do evento, foi decidido o envio de expediente dos deputados paranaenses ao presidente da República solicitando que a empresa permaneça em solo paranaense.
As informações Alep