Professores e funcionários da rede pública estadual realizaram assembleia na noite da quarta (17) e avaliaram que não há qualquer condição para retorno presencial das aulas.
A APP Sindicato, representante da categoria, aprovou em assembleia geral o adiamento da greve geral dos professores para o dia 1º de março ou quando forem retomadas as aulas presenciais. A assembleia aconteceu em plataforma virtual, com a participação de mais de mil professores e funcionários de escolas do Paraná.
Uma greve estava convocada para iniciar nesta quinta-feira (18). Porém, após pressão da categoria, de prefeitos e outras lideranças, o governo do Paraná decidiu adiar o retorno presencial das aulas para primeiro de março. Diante disso, a direção do sindicato organizou uma assembleia da categoria para definir sobre o tema.
A Assembleia aprovou proposta construída em reunião do Conselho da APP ocorrida na véspera, com a participação de representantes dos 29 núcleos regionais do sindicato. Após a aprovação da nova data, a direção da APP apresentou um calendário de lutas para manter a base mobilizada até o início da greve.
Professores e funcionários decidiram manter a greve caso o governo Ratinho Júnior (PSD) mantenha o retorno presencial. Na avaliação de especialistas consultados pelo sindicato, não há protocolos suficientes para conter o contágio entre estudantes e profissionais.
O sindicato também recebeu inúmeras denúncias de falta de condições sanitárias das escolas estaduais. “Falta álcool gel, falta máscaras e até água em algumas escolas”, salientou o presidente da APP-Sindicato Hermes Leão.
Várias escolas estão anunciando fechamento por conta de casos de contaminação, após o governo exigir a presença de professores e funcionários durante a chamada “semana pedagógica”. “O governo ignorou os apelos do sindicato para que a formação dos profissionais acontecesse de forma online e o resultado já está aí: várias pessoas contaminadas e vários casos de estabelecimentos fechados por até duas semanas”, disse Hermes.
Segundo o presidente, a situação pode ficar ainda pior caso o governo insista em retomar as atividades com os estudantes a partir de 1º de Março. “Se com adultos temos dificuldade em conter o avanço da doença, imagina com milhares de estudantes transitando nas escolas, ônibus, podendo contaminar outras milhares de pessoas, inclusive pais, mães, avós?”, salienta o presidente da APP.
Nos próximos dias dirigentes do sindicato intensificam visitas às escolas para verificação de situações de descumprimento de resoluções e decretos do próprio governo e conversarão com profissionais, pais, mães e estudantes sobre a decisão da categoria e o principal objetivo da paralisação que é defesa da vida de toda a população paranaense.