Médicos e enfermeiras de Curitiba amarraram pacientes nas macas, neste fim de semana, para impedir que eles se movimentassem após o estoque de neurobloqueadores utilizados no processo de intubação chegarem ao fim em algumas UPAs da capital.
O cenário foi denunciado pelo site Plural que teria conversado com profissionais das unidades do Campo Comprido e Boa Vista, além de ter tido acesso a fotos e vídeos da situação.
Todos eram pacientes Covid-19 graves com ventilação mecânica invasiva e foram intubados na UPA. Um dos pacientes atendidos chegou a se sentar na cama após a intubação, uma situação de risco enquanto intubado.
Os medicamentos são usados para evitar movimentos involuntários do paciente intubado. Os neurobloqueadores relaxam a musculatura e a caixa torácica reduzindo os riscos de danos aos pacientes durante o procedimento e garantindo a eficácia e adaptação à ventilação mecânica.
Segundo o Plural, todos os pacientes que precisaram ser amarrados eram casos graves de Covid-19 com ventilação mecânica invasiva e foram intubados na UPA.
Segundo a Secretaria Municipal de Saúde de Curitiba “desde de 2020 há uma escassez no mercado dos medicamentos neurobloqueadores (usados para evitar movimentos involuntários do paciente intubado), como o fármaco de uso hospitalar Rocurônio. Portanto, há necessidade de uso racional por todos os serviços de saúde, inclusive UTIs hospitalares”.
A capital tem quase 10 mil casos ativos de covid-19, um crescimento de 65% em três semanas.