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Saúde alerta para a possibilidade de circulação de novas cepas do coronavírus no Paraná

O Lacen/PR envia à Fiocruz, quinzenalmente, amostras de casos confirmados da Covid-19 para monitoramento das cepas circulantes no Paraná.

Laboratório Central do Estado – LACEN – Recepção de amostras para teste do Coronavirus. Foto: Geraldo Bubniak/AEN

A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) alerta para a possibilidade de circulação de novas cepas do novo coronavírus. Em abril, o caso matriz da variante Delta, B.1.617, detectada pela primeira vez na Índia, vitimou uma gestante de 42 anos, em Apucarana. O óbito ocorreu em 18 de abril, após a paciente ser submetida a uma cesárea de emergência, à qual ela não resistiu.

Segundo a Sesa, a gestante era amiga próxima da filha da primeira pessoa confirmada com a variante Delta no Paraná. “Esta filha confirmou que foi visitá-la no dia 07 de abril. Ela teve Covid-19 confirmado, mas fez teste de antígeno (farmácia), não sendo possível realizar análise genética desta pessoa, mas sim de alguns de seus familiares. A Sesa aguarda o resultado de outras duas pessoas desta família. Elas permanecem sob vigilância do município”, diz a Sesa.

A variante foi confirmada por meio de sequenciamento genômico do vírus SARS-CoV-2 realizado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). De acordo com a pasta, estes dois casos que já foram constatados não configuram transmissão comunitária no Estado e não há prevalência deste tipo entre a população.

Mas a Sesa alerta para a variante P.1, também chamada de gama, ou popularmente chamada de amazônica. Em janeiro, houve a introdução desta cepa no Paraná, e ao longo dos últimos meses, passou a ser a mais prevalente. Foram detectados alguns casos importados relacionados à variante de preocupação alfa (B.1.1.7), além de cepas ancestrais de P.1 e P.2.

“Com a transmissão mais rápida do vírus, ocorre o aumento no número de casos confirmados de Covid-19, o que consequentemente eleva o número de hospitalizações, gerando maior pressão no sistema de saúde e potencialmente aumento no número de óbitos”, disse o secretário Beto Preto. 

A Sesa vem realizando uma força tarefa para identificar as novas variantes no Estado. Os municípios, por meio dos serviços de vigilância, também auxiliam na busca ativa de possíveis contatos.

O Laboratório Central do Estado (Lacen/PR) envia à Fiocruz, quinzenalmente, amostras de casos confirmados da Covid-19 para monitoramento das cepas circulantes no Paraná. A seleção das amostras é feita de forma aleatória e cumpre critérios técnicos e epidemiológicos.

Desde o início da pandemia, em março de 2020, o Paraná já identificou a circulação 24 linhagens de SARS-CoV-2 e acompanhou a introdução das variantes B.1.1.33 (já identificada em todos os continentes, sendo comum na América do Sul) e B.1.1.28 (comum no Brasil e já localizada em outros países), que evoluíram e deram origem à variante zeta (P.2), que emergiu no Rio de Janeiro e foi detectada pela primeira vez no Paraná em outubro de 2020.

No caso da variante gama (P.1), de origem amazônica, das 518 amostras analisadas no Paraná, 189 delas foram positivas. O Lacen, no entanto, faz uma ponderação que os dados sobre as variantes refletem um cenário de indicativos e um recorte de cenário, podendo mudar a qualquer momento e servem de balizador de pesquisa e informação.

“A P.1, também conhecida como gama, é a variante que surgiu em dezembro do ano passado em Manaus, capital do Amazonas, e atualmente é a variante de maior circulação no Paraná e no Brasil. Alguns estudos apontam que essa variante tem maior potencial de transmissão, sendo considerada pela Organização Mundial da Saúde uma das variantes de preocupação. Mas é preciso dizer que variações podem, em maior ou menor grau, já ficarem “defasadas” nas suas condições, inclusive de prelavência”, explica Irina Riediger, diretora técnica do Lacen.

Já a cepa P.2 foi identificada em 81 amostras, seguida de 74 positivadas para a B.1.1.28, que de acordo com a Fiocruz, teria surgido em dezembro/2020 ou janeiro de 2021 e a B.1.1.33 obteve 21 amostras positivas.

No total já foram sequenciadas 409 amostras e 109 ainda estão em processamento. 

Segundo estudos, as vacinas disponíveis para a população se mostram eficazes para a prevenção de casos graves e óbitos causados por todas as variantes já conhecidas em circulação, mas as medidas de proteção individual são essenciais para frear a contaminação pelo vírus.

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