O quanto de dor e revolta cabem em cada matéria que publicamos sobre a morte de um mourãoense vítima da Covid-19? Não sabemos responder. Nenhuma frase que possamos escrever será o suficiente para consolar as famílias, os parentes e os amigos neste momento de dor.
Em Campo Mourão passamos de 300 vidas perdidas desde o início da pandemia, em uma cidade deste porte é impossível que nenhum membro da equipe do Blog do Raoni não tenha sua história entrelaçada com alguém que faleceu em decorrência do vírus.
Mas há uma história em especial que parece que pesa na alma de todos do Blog. Não há como explicar a sensação de vazio, que nosso amigo Leandro Giovani de Almeida, o Fausto, deixou em nossa equipe.
Fausto tinha 41 anos, era cinegrafista, era (é!) nosso amigo! Ele não era um funcionário fixo, mas por muitas vezes esteve trabalhando conosco em diversos eventos e sempre o chamávamos por dois motivos: era um profissional competente e uma excelente companhia.
Esta semana sua esposa, Giselle Slompo recebeu a primeira dose da vacina contra a covid-19 e no momento da imunização ela levantou um cartaz em homenagem ao Fausto. Impossível ver a foto e não se emocionar.
A vacina além da dosagem da seringa carrega esperança, carrega alívio, mas também o peso dessa saudade. Giselle expressou naquela folha de papel dor e revolta. “Eu sobrevivi, mas meu marido não! Ele não teve tempo”. Certamente as 300 famílias mourãoenses que perderam seus amores, às vezes mais de um, também concordam com a frase dela.
Para nós do Blog do Raoni a morte de ninguém é apenas uma estatística. A pandemia é coisa séria. A vida de todos é importante. Insistimos em noticiar os dados, os números, os boletins para que sirva de alerta. Mas que principalmente, acima de tudo, a dor da morte não assuma o protagonismo de nossas vidas e que a vacina seja o combustível da nossa esperança.