A variante Delta já representa 45% das amostras do novo coronavírus (Sars-CoV-2) sequenciadas pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), de acordo com o relatório epidemiológico divulgado pela instituição na última sexta-feira (13).
A cepa identificada pela primeira vez na Índia, já foi confirmada em 135 países, sendo 22 apenas no continente americano. A variante, que é considerada a mais transmissível da doença, apresentou um aumento exponencial no mundo inteiro a partir de abril deste ano.
O Paraná confirmou o primeiro caso no início de junho com pacientes testados no mês de abril, de lá pra cá, a Secretaria de Estado da Saúde (Saúde) contabiliza 56 casos da variante Delta e 18 óbitos.
Segundo um estudo de genotipagem realizado pela UFPR, em maio, a variante representava 10% das ocorrências positivas avaliadas. Durante os meses seguintes, até julho, os dados ainda revelaram que a variante gama (P.1) era a mais comum no estado. Porém, o resultado parcial de agosto aponta um aumento significativo desse percentual. Das 11 amostras positivas examinadas, cinco pertencem à variante delta, evidenciando o alto potencial de transmissão dessa cepa.
A investigação foi feita em amostras positivas para o vírus da Covid-19 obtidas, no decorrer da pandemia, pelo Setor de Ciências Biológicas da UFPR em projeto que visa identificar pessoas contaminadas.
O primeiro caso da variante delta registrado pelos pesquisadores é de 13 de maio de 2021 e, a partir dessa data, 10% dos resultados positivos nos meses de maio, junho e julho foram identificados como sendo da nova variante. Até o momento, em agosto, já foram detectados 45% de casos com variações genéticas características da delta.
Esses dados sugerem que há transmissão comunitária dessa cepa, no Paraná, desde maio. A Sesa só admitiu esta possibilidade em julho.
“Não conseguimos ainda dizer de onde exatamente vieram esses casos, porém, pelo número de positivos em um mesmo local de trabalho e dentro de uma mesma família, há evidências de transmissão comunitária desde que registramos o primeiro caso”, afirma a professora Jaqueline de Oliveira, do Departamento de Genética e uma das responsáveis pela genotipagem.
Com informações UFPR