Os moradores de Campo Mourão estão pagando mais caro na cesta básica neste mês de junho. É o que mostra levantamento mensal feito pelo Centro Universitário Integrado – por meio do Departamento de Pesquisa do Grupo de Pesquisadores do Núcleo de Empreendedorismo, Pesquisa e Extensão (Nepe) – em parceria com o Conselho de Desenvolvimento Econômico de Campo Mourão (Codecam). Este é o terceiro mês que o índice é calculado no município.
O indicador, denominado como Grupo Integrado de Campo Mourão (ICB), segue de forma adaptada a metodologia que o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) adota para a pesquisa nacional da cesta básica de alimentos.
Segundo a pesquisa, em maio, o mourãoense precisava desembolsar R$ 656,73 para adquirir uma cesta básica. Atualmente os mesmos itens não saem por menos de R$ 660,18, aumento de 0,53% em relação a maio.
Esse valor representa 58,89% do salário mínimo líquido. Quem recebe o piso estabelecido por lei precisa trabalhar 119 horas e 50 minutos para adquirir a cesta de alimentos para seu sustento.
“Ao aplicar tal metodologia, torna-se possível comparar os resultados do município com os dados nacionais, servindo também como importante indicador econômico para trabalhadores, empresas, entidades, academia e poder público dos municípios”, explica Fabrício Pelloso Piurcosky, coordenador do NEPE.
Variações
Dentre os fatores que contribuíram para o aumento dos preços da cesta básica de Campo Mourão em junho, destacam-se o aumento nos preços do feijão carioquinha (10,07%), leite integral (4,39%) e a carne bovina (1,07%). Já as reduções aconteceram nos preços do café (-1,10%), tomate (-1,23%), pão francês (-1,48%), arroz (-3,79%), manteiga (-4,59%) e açúcar refinado (-6,90%).
“O aumento do feijão também foi observado em 12 capitais onde o Dieese realiza a pesquisa da cesta básica, compreendendo as capitais das regiões Norte, Nordeste, Centro-Oeste e no Sudeste onde verificou-se aumento em Belo Horizonte e São Paulo”, explica a secretária executiva do Codecam, Jackelline Favro.
De acordo com a prévia da inflação oficial de maio, o IPCA-15 calculado pelo IBGE, no período de janeiro a maio deste ano o preço do feijão-carioca apresentou aumento de 14,58% e em 12 meses, a leguminosa acumula alta de 21,5%. Dentre as causas desse aumento estão as estiagens e geadas que reduziram a oferta na segunda safra de 2022.
Capitais
Os dados do DIEESE referentes ao mês de maio de 2022 demonstraram que a capital com maior valor da cesta básica no Brasil é São Paulo (R$ 777,93) e a capital com o valor mais baixo é Aracaju (R$ 548,38). Em Curitiba o valor da cesta básica é de R$ 713,68.
Campo Mourão permanece com valor maior do que oito capitais do Brasil segundo Dieese (Belo Horizonte R$ 653,12; Belém R$ 628,58; Fortaleza R$ 628,46; Recife R$ 595,89; Natal R$ 586,42; Salvador R$ 578,88; João Pessoa R$ 567,67 e Aracaju R$ 548,38).
No entanto, ao verificar o Sul do Brasil, o valor da cesta é menor do que as três capitais (Florianópolis R$ 772,07; Porto Alegre R$ 768,76 e Curitiba R$ 713,68).
Com Assessoria