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Coluna do Austin Andrade

Coluna do Austin Andrade: Soy loco por ti América.

copa-america-chile-2015Em nossa cultura ocidental, quando falamos de futebol, logo vem algum time em nossa cabeça, algum lance, ou alguma situação que nos coloque intimamente ligado a esse esporte. Por mais que algum de nós não ligue ou não goste do famoso esporte bretão, sempre tem alguém próximo (amigo ou parente) que sofre a cada jogo do seu time. E isso não é privilégio de nós brasileiros, mas de praticamente todos que vivem no mundo ocidental, e em boa parte do mundo oriental também. Não é à toa termos uma entidade como a FIFA com 209 países filiados, mais que a ONU.

O futebol é um elemento em que as relações sociais são recriadas, essas recriações não são condição para ordem social, que já existe sem ela. É comum termos na sociedade, por exemplo, seres que se identifiquem apenas por visualizar alguém usando uma camisa do seu time do coração. Desenvolverem a partir desse contato uma grande interação tendo em comum a paixão pela instituição, que passará a ser um elemento agregador entre ambos. Isso independente das condições de classe de cada um.

O futebol também tem sido usado e abusado como elemento que ajuda a fomentar identidades nacionais ou regionais. Aqui no Paraná é comum ouvirmos de curitibanos que “paranaense tem que torcer por times do Paraná”, como se isso os fizessem cidadãos mais patriotas que os conterrâneos que insistem em torcer o nariz para as equipes curitibanas.

A imprensa também tem um papel importante na construção dessa memória ligada ao futebol e na construção de alguns elementos da identidade nacional ou local. Uma simples partida adquire dramaticidade nos discursos jornalísticos, heróis são criados, poesias são narradas, uma verdadeira catarse nacional pode estar sendo desenvolvida dentro das quatro linhas.

Para Hilário Franco Júnior, “seguir determinado clube é acreditar, mesmo contra evidências racionais, que ele vai vencer”. Exatamente esse sentimento pudemos ver entre os torcedores da Costa Rica na última Copa do Mundo, vimos um país enlouquecido com as brilhantes vitórias sobre Uruguai, Itália e Inglaterra. Uma verdadeira comoção nacional tomou conta do país caribenho. O que também aconteceu na distante Argélia, no norte da África. Isso para citar apenas dois exemplos.

Por esses nossos lados, mais precisamente no Chile, terá inicio nessa semana mais uma edição da Copa América. Simplesmente o torneio de seleções mais antigo do planeta, disputado initerruptamente desde 1916, na qual o Brasil ganhou nada menos que quatro das últimas seis edições.

A Copa América é uma oportunidade para nós brasileiros lembrarmos que fazemos parte da América Latina, apesar de insistirmos em olhar para a Europa e Estados Unidos, e manter nossas costas viradas para os países hispânicos, essa é uma grande chance de integração regional.

Dizem que os parentes mais próximos são os vizinhos, pois são eles que podem lhe socorrer em casos de apuros. Já passou da hora de nós brasileiros descobrirmos as verdadeiras belezas do Paraguai, Uruguai, Equador, Venezuela, Colômbia, Bolívia e todos os outros países que intimamente parece mais distante que o Japão.

Que o Chile organize uma grande Copa América (sei que eles não têm o complexo de vira latas de nós brasileiros), que venha a integração regional, pois a América Latina somos nós.

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