Para os que gostam de estudar sobre a formação do Brasil como país, ou os que se interessam por Sociologia, ou simplesmente aqueles que conseguem ter uma visão mais ampla do nosso país, já sabem que nosso contexto sócio/cultural foi formado para privilegiar uma classe dominante.
Podemos perceber isso facilmente apenas vendo a grita da classe média reacionária ao ver uma “leva” de ex-pobres disputando os mesmos espaços que outrora pertencia para os que têm “pedigree”.
Um dos segmentos em que essa tese é facilmente observada é justamente entre aqueles que deveriam prezar pela vida humana acima de qualquer coisa, entre aqueles que deveriam colocar o fator econômico senão em segundo, mas em terceiro ou quarto plano. Mas que infelizmente nossa mentalidade capitalista não consegue conceber.
Para desespero de quem se forma em uma das dezenas de faculdades privadas de medicina medíocres que existem pelo Brasil, e que não veem a hora de recuperar o dinheiro investido, ou aqueles que sonham em ser chamados de “doutor”, mesmo sem saber direito o que é ter um doutorado. Para desespero desses, o programa “Mais Médicos” do governo federal vem trazendo dignidade para os que antes eram esquecidos por Deus e pelo diabo.
Hoje esse programa atende em torno de 63 milhões de pessoas que antes não encontravam médicos que pudessem lhes atender. São no total 18.240 médicos atendendo em período integral em mais de 4 mil municípios brasileiros. Muitos desses lugares se encontram em pontos considerados isolados por grande parte da população.
O cuidado diário desses profissionais com a população de menor poder aquisitivo, fez com que as internações nas cidades que são atendidas pelo programa fossem diminuídas em 4%. Em 2015 mais de 110 mil brasileiros deixarão de ser internados graças aos atendimentos dos médicos credenciados.
De acordo com uma pesquisa desenvolvida pela UFMG, 85% dos mais de 14 mil entrevistados disseram que a qualidade do atendimento está melhor, ou muito melhor, e dão nota 8 para essa iniciativa.
Esses números são para comemorarmos. Enquanto os médicos brasileiros em grande parte têm deficiências na sua formação, os médicos estrangeiros chegam trazendo esperança para lugares que existia a descrença total no ser humano.
Independente de partido ou de quem implantou, esse programa tem que ser incentivado até que toda população tenha o direito de ter um profissional de saúde por perto, e de preferencia um profissional que não se faça refém do dinheiro, pois a dignidade humana não tem preço.