Artigo produzido por esse blogueiro sobre o Massacre de Katyn. Colaboração e orientação de Raisa Marques.
Esse mês o governo Russo entregou a Polônia mais 20 volumes de documentos relacionados ao caso da execução de oficiais poloneses em Katyn. Esses documentos se juntam a outras 6 caixas com 72 kilos entregue ao governo Polonês em maio ultimo.
A execução destes oficiais é atribuída a tropas soviéticas e não a tropas nazistas, contrariando muitas provas colhidas como, por exemplo, as balas alemãs encontradas nos corpos, as cordas de fabricação alemã amarradas nas mãos de muitos oficiais e principalmente investigações forenses que mostram que as execuções foram realizadas em outono de 1941 (durante o domínio Nazista) e não em 1940 (durante governo soviético) como é tratado.
Outra prova importante de que foram as tropas nazistas que praticaram a execução é a própria memória de Göbbels (foi Ministro do Povo e da Propaganda de Hitler) que afirma que a prova das balas alemãs deveria ser mantida em segredo. Esse caso teria sido montado pelos Nazistas, depois da derrota de Stalingrado em 1943 e depois da Segunda Grande Guerra, acabou por ser a versão oficial.
Acontece que o único documento que veio a publico sobre o assunto, assinado por autoridades russas, é considerado falso por especialistas e desde então nenhum outro foi apresentado. O Governo Putin/Medvedev não quer mostrar os oficiais apenas cópias. A suspeita é que estes documentos entregues pelo governo russo ao polonês também contenham documentos falsificados, buscando fortalecer a campanha anticomunista e antisoviética que se desenvolve na Europa e principalmente na Polônia. Será que estes documentos também são falsificados? Será que existe na Rússia uma fabrica de falsificação de documentos procurando obscurecer a verdade? Essa campanha tem todo o interesse do atual governo russo. Outra questão a ser apontada é a coincidência da entrega dos documentos com o pedido de extradição do separatista tchetcheno Ahmed Zakayev, que está preso agora na Polônia.
O que foi o Massacre de Katyn.
O Massacre de Katyn foi uma execução em massa que teria sido ordenada por autoridades da extinta União Soviética em 1940 (como vimos a muita discussão e provas contra essa versão).
A execução de Katyn segundo a versão oficial teria sido ordenada por Joseph Stalin e mais três membros do Politburo, que teriam mandado assassinar 27.500 poloneses sob a acusação de nacionalismo e de anti-revolucionários.
Essa versão vem sendo bastante contestada. Algumas provas já citamos, outras como a própria falsificação de documentos comprovada também não podem ser deixadas de lado. Também há versões como a do historiador Jukov que explica a origem das sepulturas em massa: nos anos de 41 e 42 foi construído em Smolensk um bunker de Hitler, era costume fuzilar prisioneiros de guerra que participaram da construção de bunkers. Havia também o interesse de Hitler de transformar os soviéticos em monstros, já que os poloneses combatiam os Nazistas ativamente.
Campanha Anticomunista.
A Polonia vive uma intensa campanha anticomunista. Este ano entrou em vigor uma lei que proíbe os símbolos comunistas no país (algo como os símbolos nazistas no resto do mundo, incluindo o Brasil). A lei atribui pena de até dois anos para quem produzir, reproduzir, importar ou gravar qualquer símbolo comunista.
Essa lei mostra a escalada anticomunista na União Européia, principalmente depois do marco dos 20 anos da queda do Muro de Berlim. Mostra também como esta enraizada a versão de que seria a URSS a responsável pelas mortes, mesmo com toda a controvérsia. O Presidente do PC da Polônia se mostrou preocupado com a lei temendo uma escalada de intolerância no país.
Acredito que estes arquivos devam ser abertas a pesquisadores da comunidade internacional, primeiro para que se prove a veracidade dos mesmos e depois para que se faça uma investigação que aponte a realidade mais próxima dos fatos. Um tema desse deve ser tratado com o maior rigor metodológico e histórico, procurando deixar de lado questões políticas e ideológicas. Infelizmente não é isso que vemos, principalmente hoje sendo patrocinado pelos governos russos e polonês.
Zeca
27 de setembro de 2010 às 22:51
Raoni, o artigo ficou muito bom e você tem razão. Necessitamos de saber se esses documentos são verdadeiros ou não e isso vai para além de questões ideologicas. Parabéns.
Osvaldo dos Santos
28 de setembro de 2010 às 10:48
Pra mim isso é conversa de quem quer fazer um revisionismo na história e está tendencioso. Isso é tentar esconder ou negar a história, uma história consolidade e conhecida por todos. Acho lamentável.
Renato
28 de setembro de 2010 às 11:18
Me desculpe osvaldo mas acho que está equivocado. Primeiro que não há verdades consolidadas em história. Sempre podem existir novos fatos que tragam a tona questões ainda não abordadas. Pelo que vejo é isso que o Raoni está dizendo, havendo muitas provas contra a versão oficial do fato e isso não é pura e simplesmente uma questão ideológica mas de ofício do historiador.
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30 de setembro de 2010 às 7:08
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