O recebimento indevido do Auxílio Emergencial pelo candidato a vice-prefeito de Campo Mourão ganhou mais um capítulo na manhã deste sábado (10).
Ademir de Almeida Cardoso Júnior (MDB) candidato a vice-prefeito em chapa encabeçada por Rodrigo Salvadori (PP), apresentou em vídeo, publicado em seu Facebook, uma nova versão sobre o caso.
Em novo relato, o candidato diz que o dinheiro foi depositado em sua conta poupança da Caixa Econômica Federal, aberta no ano de 2016, mas que há tempos não era usada. O mesmo teria somente notado a existência do valor quando foi preparar sua declaração de bens para inscrição de sua candidatura à Prefeitura.
Ainda segundo Ademir, ele somente utiliza uma conta jurídica e, portanto, esse seria o motivo da demora em perceber os R$ 2.400 em sua poupança, resultado de 4 parcelas de R$ 600 do Auxílio Emergencial.
Em consulta realizada a plataforma Divulga Candidatos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), entre todos os candidatos à Prefeitura, Ademir, que atende nos hospitais Santa Casa, Pronto Socorro e no ambulatório do Ciscomcam, apresentou a menor declaração de bens.
O candidato declarou possuir um patrimônio de R$ 2.000, fruto de uma sociedade em empresa no ramo da saúde. Em sua declaração de bens não consta, até o momento, o saldo de suas contas bancárias no ato do registro da candidatura, como fizeram os demais postulantes ao cargo.
Segundo a lei 13.982, de 2 de abril de 2020, que estabeleceu as regras para o pagamento do Auxílio Emergencial, um dos quesitos para participar do programa é que a pessoa não tenha recebido rendimentos tributáveis acima de R$ 28.559,70 no ano de 2018, o que seria algo em torno de R$ 2.379 recebidos por mês.
Vítima
O médico disse que errou na condução do caso e afirmou: “sempre fui uma pessoa honesta”. Ele disse acreditar ter sido vítima de uma fraude, por alguém que teria utilizado indevidamente seus documentos.
No entanto o golpista não teria logrado êxito, já que o dinheiro do Auxílio Emergencial, segundo Ademir, teria permanecido intacto em sua conta poupança de abril a outubro.
Ademir não informou se pretende entrar com um processo para descobrir a identidade do suposto golpista.
Devolução
O ato de doação do valor à Casa de Apoio ao Doente de Câncer de Campo Mourão (CADCCM) é considerado, pelo candidato, como uma atitude de “inocência”, já que o mesmo não teria conseguido devolver o dinheiro aos cofres públicos. No entanto, Ademir, não esclareceu o motivo que o teria feito solicitar recibos com datas retroativas de sua doação.
Agora, após a denúncia e com a ajuda de seus advogados, ele teria conseguido dar o destino correto ao dinheiro. Enviando novamente aos cofres públicos, através de um depósito para o Ministério da Cidadania.
Vale salientar que para quem recebeu o auxílio indevidamente, o governo federal disponibilizou um site para a devolução da quantia, o que evita questionamentos futuros.
Opositores
O candidato da coligação Renova Campo Mourão, ainda aproveitou a publicação para acusar o vazamento da informação, bem como a realização do vídeo que o denuncia, aos seus opositores nas eleições municipais. Que, em suas palavras, “que joga sujo como a velha política”.
Ademir negou o boato de circulou pela cidade nas últimas horas de que vá desistir de sua candidatura e garantiu que seguirá fazendo campanha.
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