Um dos grandes baratos da história é justamente fazermos algumas conexões com o passado para tentarmos compreender o presente. Claro que analisando períodos anteriores com os olhos contemporâneos contaminados por nossas relações sociais de agora, com o sistema de pensamento que temos….fatalmente iremos cair no maior pecado de qualquer historiador, o que nos persegue e tira o sono, o tal do anacronismo.
Bem!!! Pecados a parte, quem gosta de história, ou não matava aulas para ver o Coringão jogar, certamente já ouviu falar dos reis absolutistas. Esses nobres personagens surgiram na Europa na chamada “baixa idade média”.
Um rei absolutista concentrava todos os poderes em suas mãos, criava leis mesmo sem ter aprovação da sociedade, implantava impostos de acordo com seus próprios interesses. A nobreza que acompanhava nosso rei (como os deputados da base aliada e os secretários) eram normalmente seres parasitários que viviam das benesses reais. Despojavam apoio real e irrestrito ao máximo soberano. Tinham em geral um exercito forte (será semelhante a atual PM?) e violento que não tolerava manifestações populares. Qualquer oposição era violentamente reprimida.
Jacques Bossuet e Jean Bodin chegaram a defender nos séc XV e XVI que a autoridade real era na verdade um presente de Deus. Ou mais, que os reis eram na verdade os legítimos representantes de Deus na terra. Exatamente por isso as suas vontades e decisões eram nada mais que Deus agindo sobre os homens e mulheres da Terra. Por isso os caprichos dos reis eram inquestionáveis. Nada podia ser feito contra os reis (seria o mesmo que agredir a Deus), a não ser a obediência cega.
Pois bem meus caros e caras leitor@s. Considerando as últimas atitudes do governo do estado do Paraná, será que nosso estimado governador não acha que pode ser uma reencarnação de algum rei absolutista?
Um governante que se recusa a negociar, que coloca suas vontades acima de toda uma classe, que se fecha para o dialogo, que age de forma truculenta, que está dando sinais que irá começar uma perseguição com diretores das escolas que não compactuem com sua determinação. Que paga o salário que lhe convém, mesmo que isso signifique prejuízo para os professores… Será que ele não acredita estar no século XVI?
Não é exagero afirmar que o governo está agindo de forma antidemocrática e antirrepublicana. Não é condizente com o momento atual um governador se negar a olhar para suas próprias mazelas. Não importa quem seja, mas um governador que nega a sentar-se à mesa para negociar, para tratar de temas que interessam a todos, é sim um governador com resquícios absolutistas. Queria saber como era o sistema político na baixa idade média? É só olhar para o que acontece no Paraná.