Por Osmar Martins de Souza*
O “pacotaço” ou “pacote de maldades” do governador Beto Richafoi elaborado por profissionais, ou seja, por indivíduos que sabem o que estão fazendo, que sabem como fazer e onde querem chegar. O nome mais representativo e elucidativo para a compreensão desse processo é o do Secretário da Fazenda, MAURO RICARDO COSTA. Diante disso, as “derrotas” do Governo BETO RICHA podem ser relativizadas, pois de alguma maneira, elas já estavam previstas na própria constituição do PACOTAÇO.
Tal previsão não impede que valorizemos a grande mobilização dos professores e servidores públicos do Paraná que se organizaram e foram/estão indo para as ruas e se manifestando, mostrando que pela organização da classe, as vontades do governo podem freadas. Entendo que esse é o caminho para barrar in definitivo as políticas de austeridades que servem à reprodução do capital e que precarizam, ainda mais, a vida já precarizada da maioria dos trabalhadores. Em função da reação dos professores e servidores públicos, já prevista, talvez não com a intensidade e proporções que tomou, o governo começou a NEGOCIAR, é claro, o negociável, com algumas das entidades representativas dos trabalhadores, que, por sua vez, começaram a dançar uma música já composta pelo próprio governo. Para as universidades, o governo liberou umas migalhas para o custeio, fez promessa de pagar um terço de férias em março e num ato de EXTREMA BONDADE, prometeu tirar a UNESPAR e a UENP do sistema meta 4. Para os professores da Educação Básica, o governo também retirou do PACOTAÇO algumas das maldades e espalha na mídia que atendeu aos interesses e à pauta dos educadores. Assim, tenta passar a imagem de homem democrático e que respeita os interesses públicos. Porém, do essencial, o governo não abre mão – a reforma da previdência, ou seja, se apropriar de forma indevida dos 8 bilhões que pertencem aos servidores públicos. Além disso, em relação às universidades, tenta passaro projeto de autonomia universitária que coloca em risco o seu funcionamento público e gratuito. Diante do exposto, fica a questão, vamos negociar o INEGOCIÁVEL?
* Professor de Sociologia da UNESPAR – Campus de Campo Mourão.