Do Jornal Correio do Cidadão
Os resultados finais das Séries A e B do Campeonato Brasileiro revelaram o quanto está centralizada em duas regiões a elite do futebol nacional. O Sul e o sudeste terão a partir de 2015, 90% dos clubes disputando a primeira divisão, restando apenas 10% para as outras três regiões.
Apesar de Botafogo e Criciúma terem sido rebaixados, Ponte Preta, Vasco, Joinville e Avaí subiram para a primeira divisão e são todos clubes da região sul ou sudeste. Já no descenso Bahia e Vitória disputarão a série B e são dois times do nordeste, que junto com o Sport eram os três representantes do Nordeste na elite.
O Sul disputará o Brasileirão de 2015 com 8 equipes, sendo duas do Paraná, duas do Rio Grande do Sul e quatro de Santa Catarina que hoje é a segunda força do futebol nacional em número de equipes na elite do futebol brasileiro. As oito equipes são: Atlético Paranaense, Coritiba, Internacional, Grêmio, Chapecoense, Avaí, Figueirense e Joinville.
Já o sudeste contará com 10 equipes na elite, sendo cinco de São Paulo, o estado com o maior número de times na primeira divisão, três do Rio de Janeiro e duas de Minas Gerais. As dez equipes são as seguintes: Corinthians, Palmeiras, São Paulo, Santos, Ponte Preta, Flamengo, Vasco, Fluminense, Cruzeiro e Atlético Mineiro.
Apenas duas equipes da elite do futebol brasileiro não pertencem ao Sul e ao Sudeste. Essas equipes são Sport do Recife, o representante do Nordeste no Brasileirão 2015, e o Goiás, que representa o Centro Oeste. O Note não tem nenhum time na primeira divisão.
Essa concentração nas duas regiões não é muito positiva para o futebol nacional como um todo, embora algum ufanista de campanhas separatistas possa achar que isso é um sinal de grandeza de nossas regiões. O problema é que mais da metade do país acaba se distanciando de suas raízes regionais do futebol local e migrando para torcer para clubes do sul ou sudeste, ou pior para times internacionais ou ainda preferindo ficar sem clubes, se distanciando do futebol. É claro que um diagnóstico que precisa de uma análise mais aproximada a respeito, mas preocupa os amantes da bola.
Enquanto isso, a CBF organizará o campeonato Brasileiro menos representativo em divisão de regiões da história do futebol neste país desde que o Campeonato foi criado em sua forma moderna em 1971. Clubes com Ceará, Fortaleza, Bahia, Vitória, Náutico, Santa Cruz, Atlético de Goiás, Vila Nova, Remo, Paysandu, América e ABC de Natal terão que suar muito para reverter essa lógica.