Quatro palestras estão programadas para o 1º Encontro Paranaense sobre os Caminhos de Peabiru (EPCP) que acontece na próxima quarta-feira, dia 06. Uma delas será, às 10h30, com a arqueóloga do Museu Paranaense, Claudia Parellada que vai falar sobre “O Peabiru no Paraná Espanhol”. Na palestra serão apresentadas as pesquisas arqueológicas desenvolvidas pelo Museu Paranaense desde 1950 na região guairenha, os espaços musealizados já implantados e as ações de educação patrimonial em desenvolvimento.
Na abertura, às 8h30, os participantes terão a palestra sobre a ressignificação dos Caminhos de Peabiru com a comissão municipal que tem discutido o assunto. Além disso, no período da tarde, ocorrerão outras duas palestras. A primeira será com a professora Marilene Celant, do curso de Turismo e Meio Ambiente da Universidade Estadual do Paraná (Unespar), em que vai abordar as rotas turísticas, estudos e caminhadas pelos Caminhos de Peabiru. Depois, será a vez do coordenador cultural da Paraná Turismo, Hardy Guedes, apresentar questionamentos e hipóteses sobre o município e o caminho.
A programação que acontecerá das 8 às 17 horas, no plenário da Câmara de Vereadores de Peabiru, terá espaço para debates após todas as palestras como uma estratégia que resultará no planejamento de novas ações e eventos para discutir o Caminhos de Peabiru. Os interessados ainda podem se inscrever pelo site www.peabiru.pr.gov.br.
O evento é uma realização da prefeitura de Peabiru com apoio da Paraná Turismo, da Unespar campus de Campo Mourão e do Museu Paranaense.
Caminhos de Peabiru
O caminho é uma via transcontinental pré-colonial que ligava os oceanos Pacífico e Atlântico, utilizada por diferentes povos indígenas, como Guarani, Jê e Inka. Depois foi utilizada pelos viajantes e conquistadores europeus. A rota servia para percorrer longas distâncias em espaços selecionados que passaram por adaptações para facilitar o trânsito a pé ou com ajuda de animais e/ ou embarcações, cortando alguns rios.
O Caminho de Peabiru tem três mil quilômetros de extensão e passa pelos estados do Paraná, São Paulo, Mato Grosso do Sul e Santa Catarina. A trilha também está presente no Paraguai, na Bolívia e no Peru. Era formado por uma trilha principal com diversas ramificações que ao chegar na Bolívia se transformava em estrada Inkaa pavimentada com pedras até o litoral do Peru. Em outros trechos, como no Pantanal e areais, a trilha era marcada com estacas. Vários trechos já foram identificados, e pela análise de alguns pesquisadores, como Reinhard Maack e Rosa, o Peabiru passaria por cerca de 40 municípios paranaenses.