O governador Ratinho Júnior (PSD) conseguiu, na tarde desta quarta-feira (23), autorização da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) para privatizar a maior empresa do Estado, a Companhia Paranaense de Energia (Copel). O projeto foi apresentado pelo Executivo, com pedido de urgência, junto a um pacote de outras 16 propostas do Governo na segunda-feira (21).
Em tempo recorde, sem discussão com a sociedade civil e sem estudos técnicos sobre assunto, o projeto recebeu parecer favorável dos deputados da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) na manhã desta quarta.
Antes da votação houve um pedido de adiamento da matéria, em ofício aos deputados e à Alep, a Procuradora Regional do Trabalho, Margaret Matos de Carvalho, requereu que a privatização da Copel não fosse votada sem a realização de audiência pública sobre o tema, mas o requerimento foi ignorado pela Mesa da Assembleia.
Na tarde, já em plenário, sob protestos de servidores da Copel e de movimentos sindicais que ocuparam as galerias da Assembleia, a venda da Companhia foi aprovada, em primeiro turno, por 38 votos de deputados contra 14 votos contrários.
A Copel atende 5 milhões de unidades consumidoras em 394 municípios paranaenses. Atualmente, o governo do Paraná detém 69,7% das ações com direito a voto na estatal de energia, o equivalente a 31,1% do capital social total. Com a aprovação do projeto este capital vai diminuir a para no mínimo 15%.
Na justificativa do projeto, Ratinho defende que a medida vai “para beneficiar o consumidor paranaense”. O governo tem a expectativa que a venda arrecade R$ 3 bilhões. Apenas no primeiro trimestre deste ano, a Copel gerou R$ 1,5 bilhão em Ebtida (lucros antes de juros, impostos, depreciação e amortização).
A segunda votação estava prevista para acontecer ainda nesta quarta, entretanto, emendas fizeram a pauta voltar para a CCJ. A proposta retorna ao plenário na quinta-feira (24) às 8h30.