Um encontro virtual do Núcleo de Educação para Relações Étnico-Raciais (NERA) da Universidade Estadual do Paraná (Unespar) foi alvo de um ataque hacker na noite da quarta-feira (4). Segundo a universidade, os invasores, proferiram ofensas contra os participantes e organizadores do evento.
O ataque virtual ocorreu durante a abertura do “I Ciclo de Debate e Estudos Afro-brasileiros e Indígena”, encontro que contou com a participação de graduandos, pós-graduandos e professores da Unespar via plataforma Google Meet.
Por meio de nota, divulgada nesta quinta-feira (5) a universidade repudiou a ação, cujo os autores ainda são desconhecidos. Para a instituição eles “atuaram de forma pejorativa, homofóbica e misógina, com insultos dirigidos à organização do evento e à palestrante”
“O Centro de Educação em Direitos Humanos e o NERA repudiam veemente tal ação. É um absurdo que esse tipo de situação tenha ocorrido em um ambiente de discussões de temas urgentes e necessários. As contas serão identificadas e os autores serão responsabilizados juridicamente pela sua atitude”, completa o documento.
Ataques virtuais a eventos de universidades, parecidos com o registro na Unespar, têm sido cada vez mais recorrentes no país. Eles ganharam fôlego com a pandemia de Covid-19 e sua exigência de confinamento, o que impulsionou o hábito das eventos online. Essa categoria de agressão se tornou tão comum na plataforma de videoconferências mais usada nesse período.
I Ciclo de Debate e Estudos Afro-brasileiros e Indígena
O evento tem como objetivo ser um espaço para discussões e reflexões acerca das questões raciais, como o racismo estrutural e os diversos preconceitos raciais que atingem a população negra e indígena brasileiras, assim como as diversas formas de violência tanto físicas quanto simbólicas.
Os encontros acontecerão, com periodicidade mensal, nas seguintes datas: 04/08; 01/09; 06/10; 03/11; 01/12, sempre das 18h às 19h30min.
As obras discutidas integram a coleção Feminismos Plurais, organizada pela filósofa Djamila Ribeiro. São elas: O que é lugar de fala? (Djamila Ribeiro); Racismo estrutural (Sílvio de Almeida); Racismo recreativo (Adilson Moreira); Encarceramento em massa (Juliana Borges) e Interseccionalidade (Karla Akotirene).