Hoje, dia 20 de Agosto, completam-se nove anos da Batalha da Copel acontecida no Centro Cívico de Curitiba.
Como fizemos essa semana relembramos alguns acontecimentos daqueles dias que marcaram a história do Paraná. No dia 20 de Agosto, os deputados remarcaram a votação que tinha sido suspensa dia 15, com a ocupação da Assembléia pelos estudantes.
O clima para a votação era tenso, com a pressão popular vários deputados mudaram de lado e passaram a ser contra a venda da estatal. Com medo de nova ocupação e de uma maior pressão em cima dos deputados, a Assembléia não permitiu que a população visse a votação. Uma grande mobilização foi marcada para o dia todo em frente a Assembléia.
O Governador Jaime Lerner queria aprovar de qualquer jeito a venda mobilizou um imenso contingente polícial. Era praticamente um manifestante para cada PM. Foram chamados políciais do interior do estado, tropa de choque, cavalaria, oficiais e recrutas que ainda não terminaram seu treinamento, como a foto acima comprova.
O dia todo foi muito tenso, na chegada houve desentendimentos. Ao meio dia houve a derrubada de um portão e houve até tiros para o alto. Mas o pior aconteceu por volta das 5h da tarde. A polícia avançou sobre os manifestantes e o Centro Cívico virou uma praça de guerra. Uma das vítimas desse dia fui eu, então com 17 anos (foto acima, original do jornal Tribuna do Paraná de Curitiba). A história dessa foto começa quando um amigo, Antônio Navarro, cai no chão. Vou socorre-lo para que ele não sofresse alguma agressão. Na saida caio no chão e fico a mercê da vontade da PM. Ao final 13 pontos na cabeça, 8 na perna direita, muitas marcas por todo o corpo e ainda a suspeita de trumatismo craniano. Fiquei hospitalizado um tempo, e a sensação não foi nada boa, garanto. Por muito tempo aqueles momentos me deixavam muito mal.
Dentro da Assembléia 27 deputados traiam o povo e votavam a favor da venda da Copel. A votação foi 27 a favor, 26 contra. Mas mesmo com a venda aprovada na Assembléia, seguia-se agora a batalha jurídica, que durou muito tempo, impedindo que o governo Lerner vendesse a empresa. A justificativa dele: A COPEL não dá lucro. Hoje a COPEL é uma das principais companhias de energia do Brasil, dá muito lucro, distribui luz mais barata a uma importante parcela da população e ainda é um orgulho para os paranaenses.
Me orgulho de ter participado destes momentos. Não foi fácil para mim superar algumas coisas, mas como diria uma grande pessoa: Lutei pelo bom e pelo justo.
É isso. Dia 20 de Agosto, dia de lembrar e se orgulhar.
Mais informações sobre esse período no livro: UMES 35 anos uma Rebeldia Consequente, de minha autoria, de Raisa e de Darwin.
Eu e meu amigo Ivan Moraes ainda vamos escrever um livro só sobre esse tema. Muito para contar.
Mú
20 de agosto de 2010 às 11:30
Raoni ñ vou ficar aqui chovendo no molhado parabens pela disposição de lutar naquela epóca e ficar combatendo até hj contra o neoliberalismo, para bens a vc e todos os outros que lutaram, esses pra mim tbm são aqueles que apenas assinaram o abaixo assinado.
também foram importante
parabéns a todos os lutadores
Mú
20 de agosto de 2010 às 11:30
Raoni ñ vou ficar aqui chovendo no molhado parabens pela disposição de lutar naquela epóca e ficar combatendo até hj contra o neoliberalismo, para bens a vc e todos os outros que lutaram, esses pra mim tbm são aqueles que apenas assinaram o abaixo assinado.
também foram importante
parabéns a todos os lutadores
Eliana
20 de agosto de 2010 às 12:44
Meu deus Raoni, é vc na foto. Quanta barbárie. Parabéns pela luta, e graças a deus está conosco.
Eliana
20 de agosto de 2010 às 12:44
Meu deus Raoni, é vc na foto. Quanta barbárie. Parabéns pela luta, e graças a deus está conosco.
Luana
21 de agosto de 2010 às 18:39
Raoni vc é um exemplo de luta. Tenho orgulho de conhecer vc!
grande abraço
Luana
21 de agosto de 2010 às 18:39
Raoni vc é um exemplo de luta. Tenho orgulho de conhecer vc!
grande abraço
Michael Genofre
17 de setembro de 2010 às 8:45
No momento em que esta foto foi tirada, neste exato momento, estava eu do outro lado da praça socorrendo outro militante que havia se ferido. Deu tempo apenas de ver outros militantes te carregando, e o choro contido em querer saber se você estava vivo ou não … além de querer saber se outros também estavam. E isto foi em plenos 2001!
O símbolo de resistência que os estudantes se tornaram, o seu sacrifício, e essa sua belíssima história de vida, bem como o de sua família inteiram, deve ser narrada em inúmeros livros.
Orgulho-me em testemunhar parte desta sua imensa e bela história de luta!
Aguardo os livros… fico à disposição