O Instituto Água e Terra (IAT) iniciou a instalação de armadilhas para a captura de javalis no Parque Estadual Vila Rica do Espírito Santo, no município de Fênix. A espécie é considerada exótica invasora e causa prejuízos à fauna e flora local.
A iniciativa na região é feita em parceria com os escritórios regionais do IAT de Campo Mourão, Cornélio Procópio e Ponta Grossa, e também da Universidade Estadual de Ponta Grossa.
Os espécimes capturados passarão por coletas de sangue, exames clínicos e procura de carrapatos, a fim de analisar possíveis zoonoses que possam vir a infectar a fauna e a flora da área. Esta é uma iniciativa de incentivo ao programa de Saúde Única promovida pela Sedest, com atenção à saúde ambiental, humana e animal.
“O objetivo é fazer o monitoramento dessa espécie exótica que vem trazendo grandes problemas dentro das Unidades de Conservação (UCs), como o afugento das espécies nativas e também degradação de nascentes”, explica o gerente do Parque Vila Velha, por parte do IAT, Juarez Baskoski.
Juarez ressalta que as armadilhas não capturam de forma violenta. Elas são estruturas de madeira, como grandes gaiolas. Quando o javali entra na construção, uma porta se fecha, de maneira a evitar o escape.
A madeira utilizada na construção das armadilhas é proveniente de exemplares de eucalipto do Parque Vila Velha, como forma de evitar o uso e desflorestamento de madeira nativa.
Piloto
As armadilhas para captura de javalis foram instaladas pelo IAT inicialmente no Parque Estadual Vila Velha, nos Campos Gerais. Devido ao sucesso da atividade, foram instaurados os projetos de pesquisa sobre zoonoses relacionadas aos javalis, com a inclusão do Parque Estadual Mata São Francisco e do Parque Estadual Lago Azul.
O Parque Estadual Vila Rica do Espírito Santo é o quarto a receber a iniciativa de captura da espécie pelo Estado, com intenção de adesão às demais Unidades de Conservação do Paraná.
Invasores
O javali é considerado uma praga no território brasileiro, devido à falta de predadores para a espécie, grande capacidade de se adaptar a novos ambientes e de reprodução. Ele é considerado uma espécie invasora, trazida da Europa para o Brasil e que hoje causa prejuízos à fauna local, à vegetação e à economia rural.
“Eles entram em grupos nos milharais e derrubam as plantações para se alimentar. Isso gera um impacto muito grande na renda dos produtores”, diz o biólogo do IAT, Mauro Britto.