Moradores de rua queimam a revista Veja

Essa deu no Vermelho e no Paulo Henrique Amorim.

Foi um protesto sobretudo contra a reportagem “Profissionais da esmola”, publicada na edição 2.126, da semana passada, da Veja São Paulo, que vem encartada na revista. No texto — que foi a matéria de capa —, a publicação acusa moradores de rua de “se fantasiar com uma roupa surrada” para ganhar “dinheiro fácil” – (Que absurdo uma afirmação destas. Na verdade são magnatas disfarçados. Você vai dizer que nunca encontrou o Daniel Dantas ou o Antônio Ermírio de Moraes fantasiados de mendigos na rua? – RA).

O fato de o artigo 60º da Lei das Contravenções Penais — que qualificava a mendicância como contravenção — ter sido revogado em 17 de julho é ponto de partida do texto. Em protesto contra o teor manipulatório e generalizador da matéria, cerca de 200 moradores de rua incendiaram páginas da revista.

O ato lembrou também um genocídio que permanece impune. “Entre os dias 19 e 22 de agosto de 2004, 15 pessoas foram violentamente atacadas enquanto dormiam nas ruas do Centro da cidade, sendo que sete delas morreram. Posteriormente, no dia 23 de maio de 2005, uma testemunha do massacre foi morta por policiais militares”. “Organizações e movimentos sociais estão juntos no dia de hoje para denunciar a morosidade, o descaso, a omissão das autoridades na punição dos culpados.”

Além da revista em chamas, lideranças dos moradores de rua qualificam a publicação de “fascista” e lembram as calúnias da Veja dirigidas ao padre Julio Lancelotti em 2007.

Agora é claro que para a revista Veja não existem pobres e moradores de rua em São Paulo. Depois de tantos anos de governos demo-tucanos a cidade de São Paulo é o melhor lugar para se viver. Tem IDH compatível com o da Suiça. Para ela estes são vagabundos que não querem trabalhar! Esse tipo de reportagem mostra o caráter facista da revista Veja, escrita e produzida nas salas com ar-condicionado da Editora Abril e que mostra a falta de conhecimento da realidade brasileira, isso para não falar que o fazem intencionalmente.