“Henry Ford dizia que os clientes de sua fábrica podiam escolher qualquer cor para seus carros, desde que eles fossem pretos. Era uma brincadeira, claro. O governo do Paraná diz agora que está aberto a negociações com o funcionalismo. Desde que eles aceitem um reajuste de 5%. Estranhamente, não é uma brincadeira” – Rogério Galindo – Caixa Zero (Gazeta do Povo).
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O governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), se acostumou a ir a televisão e a outros meios de comunicação para dizer que havia acabado com o período de truculência e que era o governador do diálogo com todos, um democrata nato: “Todos me conhecem, eu sou um democrata” disse certa vez em uma entrevista para a RPC TV.
Essa retórica era uma busca de se distanciar do estilo mais falastrão do ex-governador e atual senador Roberto Requião, em busca de se mostrar um político mais moderno e jovem, tudo que os eleitores paranaenses precisavam.
Contudo, essa propaganda, que foi massificada com milhões e milhões de reais de recursos públicos não condiz com a prática do governador, que durante os últimos seis meses vem de forma voraz “tratorando” a população e a sociedade paranaense.
As cenas de massacre que foram vistas em praça pública contra professores no último dia 29 de abril, quando de forma abrupta o governo conseguiu mudar o regime de previdência (que também não era a vontade dos servidores) são parte de um todo, no que diz respeito a total falta de diálogo. Um dia antes, no dia 28, já se via o autoritarismo na rua e na madrugada no Centro Cívico e antes disso na tentativa de passar uma série de medidas de Pacote de Maldades em um tratoraço sem limites na ALEP, impedido pela ocupação na Casa do Povo.
E antes disso, o governo havia deixado de pagar direitos dos professores e funcionários no final do ano e ainda o dinheiro do fundo rotativo das escolas do Paraná. Ao ser questionado e receber as críticas, Richa, mais uma vez procurou desqualificar o interlocutor, jogar a culpa no PT e dizer que está tudo bem.
A frase no início deste texto, é da coluna Caixa Zero, da Gazeta do Povo e mostra bem o atual momento do Paraná. O governo continua a tentar propagandear o diálogo, gasta R$ 2,8 milhões em propaganda, diz que está aberto, desde que os funcionários obedeçam as suas ordens, voltem ao trabalho imediatamente e aceitem que a lei da Data Base não seja cumprida. Caso o contrário, corte de ponto e processo de insubordinação.
Isso é diálogo?
Foi o mesmo governo do “diálogo”, que encerrou de forma unilateral as “negociações” com os sindicatos e mais uma vez, à força, anunciou que mandaria para a ALEP projeto de lei da reposição de 5% em duas vezes. No entanto, vendo que a situação estava ruim para a administração até mesmo na ALEP, onde tinha imensa maioria, recuou. O PSC, por exemplo, maior bancada do parlamento paranaense, já afirmou que não vota nada que não esteja no percentual mínimo de reposição: 8,17%.
Foi o mesmo governo do diálogo que não apresentou nada de diferente na reunião desta última terça-feira, 19, mesmo vendo que a mobilização aumentou e que outras categorias tendem a entrar em greve, aumentando ainda mais a crise.
A estratégia do governo de desgastar o movimento parece estar redondamente errada e faz sangrar ainda mais os cofres e a sociedade paranaense. A prova de que a tática do governo não está dando certo é que a Marcha dos Servidores da última terça-feira, 19, era pelo menos duas vezes maior do que a última grande manifestação realizada na capital do estado.
Agora, sr. Beto Richa, está na hora de praticar o seu tão propagandeado diálogo!
Reinaldo Soares de Souza
20 de maio de 2015 às 20:28
O Governador deve dar um basta a esse Exército de Brancaleones da CUTPTPR.Buscar na Justiça esse basta.O povo do Paraná não pode ficar pagando essa casta dentro do serviço público.