O Distrito de Piquirivaí, localizado a cerca de 20 quilômetros da sede do município de Campo Mourão, às margens da Rodovia BR-369, guarda uma história rica e repleta de pioneirismo. Surgindo entre as décadas de 1940 e 1950, o distrito tornou-se um marco de desenvolvimento econômico e social para a região, com raízes firmemente plantadas na agricultura e na convivência comunitária.
Os primeiros passos do povoado
De acordo com registros do Museu Municipal “Deolindo Mendes Pereira”, o povoado de Piquirivaí começou a se formar com a chegada de João Maria Teixeira da Silva, considerado o primeiro morador local. Ele abriu um armazém de secos e molhados, atendendo às necessidades dos pioneiros que começavam a se estabelecer na região.
Em 1950, a vida religiosa deu seus primeiros passos com a construção da Igreja Católica e a celebração da primeira missa pelo Padre João Vieth. Esse evento simbolizou a organização comunitária que viria a marcar a identidade de Piquirivaí.
A consolidação como distrito
O grande marco na história de Piquirivaí ocorreu em 19 de agosto de 1966, quando, por meio da Lei Estadual n.º 5.365, o povoado foi elevado à condição de Distrito Administrativo de Campo Mourão. Esse reconhecimento abriu novas perspectivas de crescimento e estruturou o local como um polo de apoio às comunidades rurais ao redor.
A chegada de serviços essenciais e empreendimentos deu início a um ciclo de desenvolvimento. A primeira máquina de arroz foi montada por Antonio Araújo, e Benjamim Moreira abriu o primeiro armarinho, comercializando tecidos, roupas e outros produtos. Eloy Marchry também contribuiu significativamente ao instalar a primeira cerealista do distrito, fortalecendo a base econômica agrícola da região.
A instalação do Cartório de Registro Civil, em 1967, pela Sra. Vera Simão de Almeida, foi um passo importante para a organização social e administrativa do distrito. Nesse mesmo período, outros pioneiros ajudaram a moldar o comércio local:
• Carlos Antonio abriu o primeiro bar e armazém.
• Massamite Korrakura inaugurou a primeira farmácia.
• Valdenor Vieira criou o primeiro bar e açougue.
• Gercino Antonio dos Santos fundou a primeira barbearia.
O primeiro Juiz de Paz, Hildefonso José de Carvalho, também desempenhou um papel crucial na estruturação jurídica e social de Piquirivaí.
A base econômica: agricultura e pecuária
Com sua economia profundamente enraizada na agricultura e pecuária, Piquirivaí tornou-se um dos motores produtivos de Campo Mourão. Os principais cultivos da região incluem milho, trigo e soja, que sustentam tanto os moradores locais quanto o comércio regional.
Embora o Distrito conte com um comércio dinâmico, a maioria dos habitantes está diretamente ligada às atividades rurais, que não apenas movimentam a economia, mas também preservam o estilo de vida tradicional do interior paranaense.
Um lugar de memória e potencial
Piquirivaí mantém viva sua história através de seus moradores, comércios, dependências públicas e instituições, enquanto continua a se adaptar cada vez mais aos novos desafios e oportunidades. O Distrito é um símbolo de simplicidade e dedicação, representando o esforço coletivo de gerações de pioneiros que transformaram a região em um espaço próspero e cheio de vida. Também existe dentro do Piquirivaí um significativo número de atrativos naturais, o que estimula certamente a presença de vários segmentos voltados ao turismo, desde o rural, passando pelo ecológico, de aventura e cicloturismo, gastronômico; até o turismo religioso.
Com sua localização estratégica, tradições enraizadas e forte vocação agrícola, Piquirivaí é mais do que um distrito; é uma peça fundamental na identidade de Campo Mourão e no desenvolvimento do interior do Paraná.
Orgulho
“Eu gosto de viver aqui. O Piquirivaí é o meu lugar, o meu lar, meu pedacinho de céu, o lugar que todos que moram aqui ou têm alguma ligação amam. Muitas são as nossas potencialidades, atrativos, enfim, tudo o que existe de melhor, temos orgulho de viver aqui”, expressa Terezinha Versari Antonio, moradora que dedicou praticamente toda a sua vida à localidade. Ao lado do esposo, das duas filhas e dos irmãos, Terezinha mantém um forte vínculo comunitário, em especial com a Capela Imaculada Conceição, que integra a Paróquia Sagrada Família, do Cohapar, reforçando a conexão comunitária e religiosa local.