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Prefeitos da Região são contrários ao retorno das aulas presenciais

Os gestores concordam que há um elevado risco de surtos da covid-19, caso as aulas sejam retomadas. 

Os prefeitos Comunidade dos Municípios da Região de Campo Mourão (Comcam) estiveram reunidos de maneira remota na tarde da última sexta-feira (25), com a chefe do Núcleo Regional de Educação (NRE), Ivete Keiko Sakuno para debater a proposta da Secretaria de Estado da Educação e do Esporte (Seed-PR) de retornar às aulas presenciais a partir de 22 de julho. Os prefeitos se manifestaram de forma contrária à medida. Os gestores concordam que há um elevado risco de surtos da covid-19, caso as aulas sejam retomadas. 

Horas antes, o presidente da Comcam, Leandro Cesar Oliveira, prefeito de Araruna, já havia participado de uma reunião, também online, com presidentes de associações de municípios, o secretário da Saúde Beto Breto e o secretário da Educação Renato Feder. Na ocasião, Leandro já havia exposto a necessidade da aceleração da vacinação contra Covid-19 para toda equipe da educação dos municípios e imunização da população geral o mais rápido possível. 

Já durante a reunião com os prefeitos da Comcam, Oliveira explicou à chefe do Núcleo de Educação que há uma grande pressão sobre os prefeitos, por parte dos educadores, para a aceleração da vacinação da categoria.

“O secretário está bem intencionado com relação à educação. Nossos filhos estão perdendo sim, mas em primeiro lugar a vida”, defendeu Oliveira. 

Ele disse que cobrou ainda do Secretário da Saúde, a possibilidade de o Estado estender a vacinação também para pessoas dos 12 a 18 anos e a distribuição mais igualitária de doses da vacina aos municípios. “Infelizmente estamos perdendo muita gente ainda”, alertou Oliveira.

O prefeito de Iretama, Same Saab, disse que os municípios não têm segurança nenhuma para o retorno às aulas neste momento. “Começamos o controle e aí vem essas questões. Colocamos o tempo todo à população para evitar aglomeração e vamos colocar 15 alunos em uma sala de aula?”, pediu Same à chefe do NRE.  Ele teme que com o retorno das aulas presenciais, os municípios voltem a sofrer com o aumento desenfreado de casos da Covid-19. “A minha posição é começar a aula para todo mundo depois de todo mundo vacinado”, defendeu.

O prefeito de Nova Cantu, Airton Agnolin também se manifestou contrário. “Pedimos a compreensão do Estado. Somos grandes parceiros e vamos continuar sendo. Mas a vida é o bem maior. Em Nova Cantu não vejo possibilidade de voltar às aulas no dia 22”, afirmou. 

Da mesma forma se posicionou o prefeito de Peabiru, Julio Cézar Frare. Segundo ele, as aulas presenciais só retornam no município quando sentir segurança para os servidores e alunos.

O número de mortes de crianças por Covid-19 cresceu 1.500% no Paraná nos últimos dias. Como vamos mandar estas crianças para as salas nesta situação”, questionou. “Se isso acontecer estaremos dando um tiro no escuro”, emendou.

O prefeito de Barbosa Ferraz, Edenilson Miliossi, também é contrário. “Volta as aulas somente quando quase toda população estiver vacinada. Hoje, no momento, não vejo essa possibilidade. Inclusive vejo um contrassenso do governo colocar os alunos numa sala de aula, sendo que eles próprios não estão recebendo os prefeitos e secretários para atender presencialmente”, observou. 

O prefeito de Quinta do Sol, Leonardo Romero, também descartou autorização do município para retorno presencial das aulas na rede estadual. “Sem vacina a gente não volta as aulas”, afirmou.

Conforme explicou a chefe do Núcleo Regional de Educação, Ivete Sakuno, o Estado busca o alinhamento junto aos municípios para o retorno presencial das aulas. Inicialmente o retorno seria gradativo, não envolvendo o transporte escolar. Ou seja, apenas alunos das sedes dos municípios voltariam, desde que os pais autorizassem. “Já temos todo o protocolo de segurança implantado. Tem um Comitê da Saúde que valida o protocolo”, afirmou.

O presidente da Comcam disse que vai tentar uma reunião entre o Secretário de Saúde e da Educação do Estado entre os prefeitos para voltar a discutir o assunto.

Boletins das 25 secretarias municipais de saúde da região apontam que 872 pessoas morreram vítimas da Covid-19 e 37.823 foram infectadas pelo novo coronavírus de março de 2020 até este domingo (27) na Comcam. Destes, 6.225 casos e 186 mortes aconteceram neste mês de junho.

Com informações Assessoria

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