O banho mais quente, o vento frio e temperaturas mais baixas são frequentes no outono e inverno e podem provocar ressecamento da pele e potencializar doenças dermatológicas já existentes. A Secretaria de Estado da Saúde (Sesa) alerta sobre o cuidado redobrado durante esse período. Eritema pérnio, fenômeno de Raynaud, micose, psoríase, urticária são algumas dessas doenças que podem ser tratadas ou amenizadas mediante alguns cuidados.
A dermatologista Maísa Okada, médica do Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná (HDSPR), situado em Piraquara, na Região Metropolitana de Curitiba, salienta que esse tipo de ocorrência é frequente e atinge principalmente os idosos, pela sensibilidade.
“Diante das características da atual estação, o corpo e o rosto tendem a ficar ressecados e até os pés sentem com as rachaduras e ressecamento. Pelo frio, chuva e menor exposição ao sol as pessoas sentem menor necessidade de usar protetor solar, mas esse cuidado continua tendo importância”, diz Maísa. “Manter uma rotina com os cuidados básicos é fundamental. Mas muitas pessoas se esquecem ou não seguem as recomendações. Apesar do desconforto e das possíveis complicações que podem ocorrer, essas doenças não são contagiosas.”
Os principais conselhos da médica especialista para a população amenizar o problema é evitar banhos longos e muito quentes, usar hidratante em todo o corpo, não esquecer do hidratante labial, usar protetor solar mesmo com o frio e priorizar o uso de sabonetes do tipo syndets (um tipo de detergente sintético que contém menos de 10% de sabonete e tem o pH ajustado entre 5,5 e 7).
O secretário estadual da Saúde, Beto Preto, reforça o alerta à população para esse cuidado. Ele lembra que o hospital em Piraquara atende pacientes de dermatologia e angiologia (doenças que acometem artérias e veias e vasos linfáticos) e conta com ambulatório de feridas e serviço de estomaterapia (de prevenção à perda de integridade da pele). “A unidade desde os casos simples até aos mais graves. O cuidado e a prevenção são os principais fatores para amenizar os casos”, afirma o secretário.
Unidade
O Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná, do Governo do Estado, oferta mais de 5 mil atendimentos por mês na dermatologia e angiologia, contando com um ambulatório de feridas e serviço de estomaterapia. No ano passado foram realizados mais de 63 mil atendimentos e, atualmente, o ambulatório é referência para 44 municípios pertencentes às Regionais de Saúde de Paranaguá, Curitiba e União da Vitória. Do início do ano até agora foram realizadas 3.435 consultas dermatológicas.
A unidade iniciou em março o Programa de Residência Médica na área dermatológica, da Sesa. O processo seletivo foi autorizado pelo Ministério da Educação (MEC). O parecer favorável da Comissão Nacional de Residência Médica do órgão federal foi emitido em 26 de janeiro de 2023 e o processo seletivo foi realizado em fevereiro.
Doenças de pele comuns em clima seco e frio:
- Eritema pérnio
Condição que gera manchas vermelhas, por vezes dolorosas, nódulos e até bolhas com úlceras. As principais áreas acometidas são extremidades (mãos e pés).
- Dermatite atópica
Doença genética, crônica e que apresenta pele seca, erupções que coçam muito e podem formar crostas. Seu surgimento é mais comum nas dobras dos braços e da parte de trás dos joelhos. Não é uma doença contagiosa. Podem-se tocar as lesões à vontade que não há nenhum risco de transmissão. A dermatite atópica pode também vir acompanhada de asma ou rinite alérgica, porém, com manifestação clínica variável.
- Fenômeno de Raynaud
Ocorre sensibilidade aumentada ao frio, gerando as típicas alterações de coloração da pele (palidez, cianose, vermelhidão). ocorre principalmente nos dedos das mãos
- Psoríase
Doença crônica que se manifesta por lesões cutâneas, geralmente placas avermelhadas, espessas, bem delimitadas, com descamação. Pode surgir em qualquer local do corpo, principalmente no couro cabeludo, cotovelos, joelhos e unhas.