Suspeitos de se passarem por representantes bancários para aplicar golpes financeiros foram alvo de uma operação da Polícia Civil do Paraná nesta terça-feira (10). Foram cumpridos oito mandados de busca e apreensão na Bahia, em Goiás e em São Paulo.
De acordo com as investigações, uma empresa de Terra Boa, sofreu prejuízo de R$ 100 mil ao transferir valores para o grupo criminoso.
Com os suspeitos foram apreendidos R$ 15 mil em espécie, além de 40 cartões de crédito, duas máquinas de cartões, aparelhos telefônicos e documentos.
Os agentes ainda realizaram sequestros de valores depositados em contas bancárias dos membros da associação criminosa. Segundo a polícia, o grupo também fez vítimas nos estados de Santa Catarina e Espírito Santo. Leia abaixo como o golpe funcionava.
Como o golpe funcionava?
Durante as investigações, que já duram cerca de um ano, os policiais descobriram como era a dinâmica de atuação dos criminosos. Segundo a Polícia Civil, os suspeitos se passavam por representantes bancários e entravam em contato com as vítimas por meio de ligações e mensagens.
Durante o contato, os golpistas alegavam que elas precisavam cancelar supostas transações indevidas feitas por terceiros em suas contas, e as persuadiam a instalar aplicativos. Após o desbloqueio biométrico que era feito pela vítima para a conferência da transação financeira supostamente ocorrida, os criminosos passavam a ter o controle total das contas bancárias delas.
No caso registrado em Terra Boa, o valor foi transferido para diversas contas ligadas ao grupo criminoso. Segundo a polícia, por meio de rastreamentos feitos com autorização judicial, foi possível identificar que os criminosos faziam esse fracionamento dos valores justamente para dificultar as investigações.
Além disso, o grupo conta com bases em diferentes estados, sendo que os endereços dos titulares das contas e do acesso à internet eram diferentes. Contudo, todos eles foram identificados durante as investigações e se tornaram alvo de mandados de busca e apreensão ordenados pela Justiça do Paraná.
Alerta
De acordo com o delegado responsável pela operação, João Lucas Vieira Caetano, é preciso tomar alguns cuidados para não cair nesse tipo de golpe.
“Instituições bancárias legítimas não solicitam a instalação de aplicativos de acesso remoto ou o fornecimento de dados pessoais por telefone. Orientamos a população a sempre buscar os canais oficiais de atendimento e desconfiar de qualquer contato suspeito”,
A Polícia Civil ainda enfatizou que denúncias podem ser feitas de forma anônima, para ajudar na identificação e prisão de criminosos envolvidos nesse tipo de prática. Além disso, o órgão disponibiliza cartilhas e orientações em seus canais oficiais sobre como prevenir golpes e fraudes.
Conforme a polícia, a operação foi batizada de “Espelho” em referência ao modus operandi dos criminosos, que utilizavam aplicativos de espelhamento de tela para acessar remotamente as contas bancárias das vítimas.