Nesta quarta-feira (30), o governo do estado de São Paulo assinou um termo de compromisso com a biofarmacêutica chinesa Sinovac para fornecimento de 46 milhões de doses da CoronaVac, potencial vacina contra a COVID-19, até dezembro deste ano.
O imunizante contra o coronavírus é desenvolvido em parceria com o Instituto Butantan e, nessa primeira leva, devem ser imunizados cerca de 23 milhões de brasileiros (serão necessárias duas doses).
Para os cofres públicos, o acordo custará US$ 90 milhões (cerca de 374,6 milhões de reais). Junto com as doses, assinatura do contrato também formaliza a transferência de tecnologia para produção da vacina chinesa pelo Butantan, ou seja, a produção nacional do Brasil.
De acordo com o anúncio do estado, até dezembro, a farmacêutica Sinovac deve enviar 6 milhões de doses da vacina CoronaVac já prontas. Enquanto isso, outras 40 milhões serão formuladas e envasadas em São Paulo, o que será possível através do acordo de transferência de tecnologia.
Além do fornecimento dessas doses, há conversas entre a direção do Butantan e a Sinovac para o recebimento de outras 14 milhões de doses da Coronavac até fevereiro de 2021.
CoronaVac no Brasil
A segurança do imunizante, que utiliza o vírus inativado (“morto”), foi comprovada em uma pesquisa com mais de 50 mil voluntários na China, entretanto, ainda são aguardados os dados da terceira e última fase de testes.
No Brasil, a CoronaVac já é testada desde julho e, atualmente, os estudos clínicos nacionais de fase 3 são acompanhados por 12 centros de pesquisa científica em cinco estados e no Distrito Federal.
“É a vacina mais promissora neste momento no mundo. Esse acordo coloca o estado de São Paulo, o Instituto Butantan e a Sinovac em posição de destaque. E muito importante, é o início do processo de transferência de tecnologia para a produção da vacina”, explicou o Diretor do Instituto Butantan Dimas Covas.
Tanto na China como no Brasil, os testes clínicos também englobam voluntários com mais de 60 anos, que são o grupo mais suscetível aos sintomas graves da COVID-19. De acordo com o Butantan, a expectativa é que os testes de eficácia da CoronaVac sejam encerrados até o dia 15 de outubro.
Se a CoronaVac obter sucesso na última etapa dos testes, o Butantan pedirá a aprovação emergencial do imunizante à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), justificando a emergência da pandemia da COVID-19.
Caso tudo siga conforme o esperado, São Paulo iniciará sua campanha de vacinação contra o coronavírus na segunda quinzena de dezembro, com prioridade para profissionais de todas as unidades públicas e privadas de saúde de São Paulo.
Com Agência Governo de São Paulo