Nesta quinta-feira (29), mais um colégio de Campo Mourão rejeitou ser transformada em escola cívico – militar. A comunidade do Colégio Estadual Prefeito Antônio Teodoro de Oliveira de Campo Mourão (Colégio ATO), é a segunda, das quatro que passariam por intervenção.
O governo do Paraná abriu consulta pública para implantar o modelo em 216 colégios em todo o estado. A votação começou na terça-feira (27) e deve seguir até esta sexta (30), podendo ser ampliada em algumas instituições em que o quórum não seja atingido.
Para que a implantação seja efetivada, é preciso que mais de 50% das pessoas aptas a votar na escola participe da consulta e que a maioria simples dos votantes (50% e mais um voto) seja favorável ao programa.
No colégio ATO, a recusa foi confirmada após três dias de votação. Participaram da consulta 456 membros da comunidade escolar, desses 320 recusaram a proposta, 130 pessoas votaram a favor e 4 anularam o voto.
O colégio ATO, assim como o colégio Vinícius de Moraes que rejeitou a militarização na quarta-feira (28), também tem uma comunidade muito atuante e participativa na rotina escolar, que tem como centro a liderança do diretor professor Geraldo Texeira. A forma apressada e sem debate prévio, fez com que mães, pais, responsáveis, professores e funcionários não acreditassem na propaganda de que a escola “cívico-militar” veio para melhorar a qualidade educacional.
Pela lei proposta pelo governador Ratinho Junior (PSD), o colégio não se encaixaria nos critérios elencados para receber a militarização, já que a unidade educacional oferta ensino noturno e tem bons índices educacionais.
A lei também aponta que as escolas selecionadas devem ser em locais de alta vulnerabilidade social, o que também assusta os pais, já que esse conceito reforça o preconceito que liga a pobreza a violência e bandidagem. Logo a escola militar seria um modelo de ensino punitivo ao povo pobre e da periferia das cidades paranaenses.
Dos quatro colégios mourãoenses enviados para a militarização, três já tomaram a decisão, dois foram contra e um a favor, nesta sexta-feira (30), o colégio Unidade Polo segue com a votação.