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Coluna do Wesley Ribeiro: Novamente sobre a reforma política

Reforma políticaPor Wesley Ribeiro

Sobre como a reforma política em nosso país, caso os movimentos sociais não mobilizem-se contra isto, tratar-se-á apenas de uma série de ajustes nas regras do jogo político vigente, realizada por aqueles que detêm o poder político em benefício da manutenção deste poderio

A reforma acontecerá; ela já está sendo debatida no Congresso Nacional. Infelizmente, o povo não foi convocado ou sequer convidado a participar do debate – e não o será, se não exigir sua participação nas discussões para esta reforma. Isto significa que esta reforma, que já está sendo encaminhada sem a participação dos movimentos sociais, provavelmente não significará muita coisa para nós: tratar-se-á apenas de um ajuste nas regras do jogo político vigente, realizado entre aqueles que detêm o poder político para a manutenção deste poderio. Caso estejam acompanhando o debate que está sendo realizado no Congresso, vocês notarão o caráter conservador dos discursos proferidos por “nossos” representantes. É possível que nem mesmo o financiamento público de campanhas – proposta, ao meu ver, razoável, mas insuficiente – venha a ser aprovado. Ou seja, é bem capaz que, depois de a reforma ter sido levada a cabo, os brasileiros tenham como consequência apenas a necessidade de adaptarem-se à novas regras para o mesmo jogo político que vem sendo realizado desde a redemocratização do país.

Entende-se a estratégia dos grupos que detêm o poder político em nosso país: atenderão uma demanda popular realizando, de todo modo, a tal reforma política, mas farão do seu jeito, sem a participação do povo. Esta estratégia reflete o modo como estes grupos pensam a política: o importante é que o povo eleja seus representantes; a democracia, para eles, deve reduzir-se a isto. Ser eleito pelo povo significa, para eles, poder decidir pelo povo, em seu lugar; significa ter a aceitação do povo para todas as suas realizações políticas, como se as eleições legitimassem todas e quaisquer práticas suas. Era justamente esta estrutura política que necessitava ser modificada – e ela não será, caso as coisas continuem assim e a reforma seja realizada exclusivamente por “nossos” congressistas.

A mídia vem cumprindo seu papel, como sempre; por enquanto sua estratégia é permanecer calada: para aqueles que ela representa, é melhor que não fale-se sobre isto, por enquanto, pelo menos, como se nada estivesse acontecendo, para que garanta-se que o povo não queira “meter o bedelho” no trabalho dos congressistas. Caso o povo, apesar de a mídia estar fazendo de conta que nada está acontecendo a respeito, queira ainda assim “intrometer-se” no debate sobre a reforma política, é bem provável que a sua estratégia mude e, além disto, certamente haverão pessoas que rotularão as demandas populares de “tentativa de estabelecer a ditadura comunista no Brasil” ou qualquer outra besteira semelhante – besteiras como esta (perigosíssimas besteiras!), já foram utilizadas em nosso país, por exemplo, como pretexto para a instauração da ditadura militar, em 1º de abril de 1964.

É preciso, é urgente que os movimentos sociais apressem-se a organizar a luta por uma reforma política que atenda realmente a necessidade de tornar nosso país um país verdadeiramente democrático – ou pelo menos algo mais próximo disto relativamente ao ponto em que nos encontramos até então.

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