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Coluna do Wesley Ribeiro

Coluna do Wesley Ribeiro: Sobre a possibilidade de uma reforma política no país

Reforma política

Todas estas coisas políticas que têm acontecido em nosso estado e também no Brasil fazem-me lembrar de algo muito importante que está sendo (propositadamente, creio) ignorado pelos veículos de comunicação: a prometida reforma política a ser realizada no país. As tão amplamente divulgadas manifestações populares de junho de 2013 parecem ter resultado em um movimento muito positivo para nossa democracia. Os movimentos sociais almejam esta reforma. A presidente Dilma comprometeu-se com a causa. O Partido dos Trabalhadores tem sua proposta e outros partidos também têm. De um modo geral, são propostas que, caso fossem efetivadas, mudariam pouca coisa no contexto do jogo político no Brasil.

Na prática, a única instituição democrática existente entre nós é o voto, mas o voto é muito pouco para garantir a efetividade de nossa participação política. Uma reforma política poderia ampliar o poder popular e romper o círculo vicioso do atual sistema político brasileiro. A mídia não manifesta uma palavra sobre o assunto.      Existem, pelo menos, duas maneiras por meio das quais a reforma pode ocorrer: o Congresso Nacional pode convocar uma Assembleia Constituinte para a reforma, composta pelos próprios congressistas, ou o Congresso Nacional convoca uma Assembleia Constituinte Exclusiva para a reforma política e esta assembleia será composta por representantes eleitos pelo povo exclusivamente para comporem-na. Evidentemente, os interesses populares só serão atendidos e a reforma só será significativa se a reforma ocorrer da segunda maneira. No entanto, se permanecermos à espera da boa vontade de nossos congressistas, sabemos já como ela será feita e quem ela beneficiará: uma reforma destas não valerá de nada ou valerá muito pouco, provavelmente. Só teremos uma perspectiva de mudança real na política brasileira se esta reforma for feita da maneira mais democrática possível: através de uma Assembleia Constituinte Exclusiva.

Tolamente muitas pessoas ainda acreditam que a alternância dos governantes no poder e o votar conscientemente ou responsavelmente são providências suficientes para solucionar nossos problemas políticos – dentre eles a corrupção e a falta de representatividade popular de instituições políticas como o Congresso Nacional e as Câmaras estaduais e municipais, por exemplo. Estas pessoas não veem que os nossos problemas políticos  são problemas estruturais: o modo como a política está organizada, estruturada em nosso país, dá muito espaço para que nossas instituições políticas não sirvam à democracia, mas ao interesse privado. É como se as raposas tomassem conta do galinheiro.

É claro que estes problemas não pertencem só ao Brasil. Tolos também são aqueles que pensam que “nos States tudo é diferente”, “tudo é melhor” do que aqui. Gostaria que vocês assistissem ao documentário Park Avenue: money, power and the american dream, da série Why Poverty?, disponível no site youtube.com, para que tivessem uma perspectiva diferente da política norte-americana – e também da maneira como seus politicos lidaram com a crise de 2011. Neste filme, mostra-se como coisas como o “mensalão” não ocorrem apenas em terras brasileiras e como coisas assim não ocorrem por iniciativa do governo, como costumam dizer por aqui, mas por iniciativa dos grandes empresários, que usam seu dinheiro não apenas para o próprio luxo…

Os movimentos sociais precisam unir-se, como têm feito aqui no Paraná, agora também para garantir que a reforma política seja levada a cabo e também para garantir que seja uma reforma política efetiva, que torne realmente mais democrático nosso país – porque até hoje, se considerarmos a efetividade da participação política de seus cidadãos, ele tem sido muito pouco democrático.

Wesley-RibeiroWesley Ribeiro (ou Barsa), é professor de filosofia graduado pela Universidade Estadual de Maringá, mestrando em filosofia pela mesma universidade e músico. Como músico, participou de projetos diversos: em 2009, foi convidado a participar do projeto Impermanente, da Companhia Verve de Dança, junto ao músico inglês Chris Vine; no mesmo ano, participou também de um outro projeto seu, chamado Heat Poets, junto ao poeta inglês Chris Torrance, tendo gravado a bateria para a faixa Taliesin at the console, do disco e livro Rori: A book of the boundaries (publicado em 2011); em 2009 e em 2010, participou, em Maringá, da realização da mostra de música instrumental e artes Curta Som, junto ao violonista (e jornalista) Thales Paiva; durante o ano de 2011, foi professor de bateria na escola de música Som Maior, em Campo Mourão. Desde julho de 2012 até o fim de 2013,  acompanhou o músico João Elias, o Raulzito Cover; no primeiro semestre de 2013, incorporou-se ao projeto do professor e músico William Versori, chamado Acordes e Encontros, apresentando-se junto ao Grupo Contratempo e ensinando percussão brasileira e leitura e escrita musical para crianças de colégios estaduais da cidade de Campo Mourão; desde o início do segundo semestre de 2013, tem integrado o Regional Pé de Pano, dirigido pelo professor e músico César Leandro Miguel. Durante o ano de 2014, desenvolverá, junto ao músico inglês Chris Vine, o projeto de música improvisacional livre Barsa e Briggy. Como professor de filosofia, atua junto ao Colégio Sesi de Campo Mourão desde 2012, foi professor colaborador da Unespar em 2013 e  é professor da rede estadual de educação básica desde o ano passado.

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