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A invasão colombiana e a experiência de assistir a uma partida da Copa do Mundo

10489178_462018120567402_583583377_n           Neste último sábado, 14, obtive a oportunidade de assistir a uma partida da Copa do Mundo realizada no Brasil. Compareci ao jogo entre Colômbia e Grécia, realizado às 13h no estádio Mineirão. Foi à estreia do principal palco do futebol mineiro no Mundial de 2014.

            Fui acompanhando a torcida helênica e aproveitei a oportunidade para ver de perto a organização da Copa do Mundo no Brasil e escrever aqui na cobertura especial que o Correio do Cidadão vem realizando neste Mundial.

             Chegamos a Belo Horizonte na manhã de sábado. Logo percebemos que a cidade está no clima do Mundial. No Mercado Municipal fomos bem recebidos pelos comerciantes e pela imprensa local que estava lá. Neste momento já foi possível encontrar colombianos que estavam por perto.

            Partimos rumo ao estádio por volta das 9h30, chegando à zona restrita aos torcedores por volta das 10h da manhã. No trajeto, dentro dos ônibus da Coletividade Helênica, não sofremos com nenhum tipo de engarrafamento ou tumulto. Não encontramos nenhum tipo de manifestação contrária à realização da Copa do Mundo.

            O que encontramos, na verdade, foi uma amostra do que veríamos dentro do Mineirão: uma enorme quantidade de pessoas com a camisa da Colômbia nas ruas de Belo Horizonte. Alguns estudos estimaram que cerca de 40 mil colombianos dirigiram-se a BH. Depois do jogo ficou comprovado que a invasão foi maior.

            Ao chegarmos ao local, percebemos uma segurança bastante reforçada, por policiais militares e seguranças. Também foi fácil localizar a presença de voluntários e facilitadores no trajeto da rua até o estádio do Mineirão. Essa pequena caminhada até o local do jogo foi repleta de uma grande festa. Os colombianos estavam fantasiados, animados e muito alegres interagindo com a torcida grega, tirando muitas fotos. Foi possível ver muitos Valderramas, Shakiras, Rincons e outros.

            Nesta caminhada foi possível ver como era colossal a presença de colombianos no Brasil. Um mar amarelo tomou conta da rua e da praça em frente ao Mineirão. Este é um momento muito legal e diferente, quando as duas torcidas se confraternizam, muito diferente de partidas como o do Campeonato Brasileiro.

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            A irreverência foi à marca dos torcedores. Havia fantasia de deuses gregos, de yogurte grego, de Valderrama, de Shakira, de Rincón, caras pintadas, chapéus, músicas, ou seja, um clima de fraternidade completa.

            A partir do momento em que decidimos entrar no estádio, por volta do 12h, demorarmos apenas cerca de 5 minutos na fila para passar pelo detector de metais. Algo muito positivo e rápido, ao contrário do que foi publicado em um site da grande imprensa brasileira, que preferiu procurar de qualquer maneira algum problema para dar destaque do que realmente cobrir a linda festa que estava ali diante dos seus olhos. Dentro da área chamada “fan zone” é possível conhecer mais as patrocinadoras do torneio, comer (neste ponto é um pouco caro sim) e também se divertir com um palco montado com DJ. Para adentrar ao local do jogo passa-se por uma nova catraca e ai sim o ingresso é validado (no entanto, antes, para chegar a praça do Mineirão foi necessário mostrar que você tinha o ingresso).

            Antes de entrar no estádio, percebemos que não estavam presentes apenas gregos e colombianos. Milhares de brasileiros, vestindo camisas de seus clubes, como os grandes Corinthians, Cruzeiro, São Paulo e Atlético Mineiro, como outros como Portuguesa e União Barbarense.  Muitos argentinos, turistas de Trinidad e Tobago, argelinos, chilenos e equatorianos também estavam no local.

            Dentro do estádio encontramos mais pessoas para informar sobre a alimentação e bebidas. Os valores são maiores do que normalmente cobrados no Brasil. Ao adentrar realmente as arquibancadas, fomos rapidamente assessorados para encontrar os nossos lugares. As cadeiras do ingresso estavam lá reservadas.

            Até o início da partida, músicas e o telão davam o clima da festa. Além de propaganda, vídeos positivos sobre o Brasil também eram exibidos. O estádio cada vez mais ficava lotado e a cor predominante era uma só: amarela. A festa começou a ficar completa com o estádio cheio de colombianos e com a linda festa que fizeram. No hino nacional cantaram a capela assim como os brasileiros e respeitaram o hino grego.

            Os telões informavam tudo o que acontecia em campo e a proximidade do campo é algo formidável. O jogo foi muito bom, principalmente para quem torceu pela Colômbia. Avistamos muitos brasileiros torcendo para Colômbia o que é muito positivo, demonstrando a solidariedade latino-americana. A vitória colombiana selou a festa da impressionante invasão que Belo Horizonte assistiu.

            Ao fim da partida, a saída do estádio também foi muito tranquila, sem correria, sem problemas e com muita festa, novamente de ambos os lados. Mesmo derrotados, os gregos saíram comemorando e festejando, porque sabem que mais que o resultado em si, participar de um momento de confraternização entre os povos é o mais importante.

Momento infeliz

            Em certo momento dentro do estádio começou-se a cantar a música “Eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor”, o que até foi bacana para mostrar que havia muitos brasileiros acompanhando o confronto. Entretanto, assim que terminou cerca de meia dúzia de pessoas tentou fazer um coro contra a presidenta Dilma Rousseff e foi amplamente vaiado por outros brasileiros.

            Um debate se seguiu adiante entre aqueles que queriam o coro mal educado contra a presidenta e aqueles que não aprovaram. E em meio a isso tudo o jogo acontecia. O interessante é perceber que o coro não vingou nesta partida e que veio justamente daquele público que ficou durante boa parte do jogo brigando mais para que os outros se sentassem do que realmente acompanhando a partida e torcendo, mostrando que não deve acompanhar partidas de futebol normalmente.

Clima

            O clima da partida é algo extremamente diferente de qualquer jogo do Campeonato Brasileiro, por exemplo. A quantidade de pessoas de diversos lugares do mundo a fim de compartilhar o momento torna realmente o momento diferente. Durante todo o período que passamos em Belo Horizonte não percebemos nenhum problema digno de grande nota. Parabéns aos mineiros pela festa e recepção aos povos de outras partes do mundo. Ao contrário do que tentam pregar por aí, me senti orgulhoso de ver aquilo tudo acontecendo aqui no Brasil. E isso não significa que todos os nossos problemas estão resolvidos, apenas que podemos ser felizes, que somos capazes de nos organizar de realizar e isso pode, inclusive, nos dar força para avançar ainda mais nas transformações que este país precisa.

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