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Educação

29 de abril: mais um dia de mácula na história da educação do Paraná

 

Uma foto marcante de Bruno Covello/Gazeta do Povo

Uma foto marcante de Bruno Covello/Gazeta do Povo

Por Adriana Beloti e Marileuza Ascencio Miquelante

Nesta sexta-feira, 29 de abril de 2016, completa um ano do fatídico, marcante, sangrento e histórico 29 de abril de 2015, outro acontecimento que ficará para sempre na vida dos profissionais da educação, assim como o 30 de agosto de 1988. Os anos são diferentes. Os governos são diferentes. Mas suas ações arbitrárias e imorais contra os servidores públicos são as mesmas. Assim como em 1988, em 2015, os profissionais da educação também foram massacrados, sofreram ataques cruéis, em massa, com o objetivo de destruir e minar a força da classe trabalhadora a qualquer custo. As cenas daquela quarta-feira são comparadas a uma guerra, no entanto, somente um lado estava armado. As ações desumanas, hediondas e friamente planejadas pelo governo do estado deixaram fortes marcas, arrancaram sangue dos trabalhadores que lá estavam lutando, sem armas. A manifestação e mobilização dos servidores eram justas, pautadas na luta para garantir direitos historicamente conquistados. Não adiantou. O governo, em uma atitude desonesta, conseguiu com que os deputados (aqueles do camburão, lembram?) aprovassem o projeto de lei que alterava o fundo previdenciário. O final dessa ação foi vergonhosa e lastimável, mas assim também foram suas causas. Não podemos ignorá-las.

Desde o 29 de abril de 2015, profissionais da educação têm se manifestado em diferentes espaços e momentos, a fim de manter viva na memória dos paranaenses a ação truculenta do governador Beto Richa e também dos deputados do camburão.

O inesquecível 29 de abril deixou consequências em toda a sociedade. A greve daquele período terminou, o que era um dos objetivos do governo. Mas seus reflexos são vivenciados ainda hoje: o ano letivo de 2015 terminou em 2016, postergando o ano letivo de 2016; a sociedade, constantemente, é chamada a relembrar e vivenciar aquele episódio comparado a uma guerra; muitos dos trabalhadores da educação que lá estavam, lutando, enfrentam problemas de saúde, estão traumatizados. Desde quando, fatos relacionados à educação podem causar traumas? Desde que um governo desrespeite a classe trabalhadora, não cumpra seus compromissos e obrigações e intencione banalizar e sucatear o ensino público, jogando ao chão as condições para sua qualidade.

Os menos informados podem achar que tudo se resolveu deste então. Mas não. Além desses reflexos que apenas alguns, os mais envolvidos, como uma parte da sociedade pode acreditar, sentem diretamente, o atual governo do estado continua com seus desmandos, suas atitudes desrespeitosas em relação aos direitos e conquistas dos trabalhadores, como exemplo, citamos as negações de licenças especiais, o não pagamento dos avanços da carreira, o corte nos recursos de custeio das universidades. Com qual objetivo? Sucatear o ensino público e induzir a uma privatização camuflada. Quem paga? A sociedade. A classe trabalhadora, que acredita na educação, no ensino superior como uma possibilidade de melhorar a qualidade de vida. Se continuarmos assim, pode ser que as próximas gerações não tenham acesso ao ensino superior público e de qualidade. Como sempre, a luta não pode parar. É necessário estarmos mobilizados. O dia 29 de abril será para sempre dia de luto, luta e memória. Jamais esqueceremos os políticos que agiram de forma tirana e insana.

Adriana Beloti e Marileuza Ascencio Miquelante são Professoras do Colegiado de Letras da Unespar/Campus de Campo Mourão.

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