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Coluna da Paula Fernandes: Feminismo pra quem?

Feminismo

Às vezes a gente acredita que o machismo não acontece perto da gente. Que as militâncias são exageradas e que isso é pra outros lugares, não para a nossa família, a nossa comunidade, a nossa cidade. Pois bem. No último final de semana, uma jovem de 23 anos foi espancada pelo marido no Lar Paraná. Violência contra a mulher é frequente e, infelizemente, não é diferente em Campo Mourão.

Não é preciso muito esforço para lembrar, ainda, que o primeiro homicídio da cidade, neste ano, foi de uma mulher, Aneliese Daiane Pita Urague, assassinada por um homem com quem se relacionava, em janeiro. No mês seguinte, Patrícia Gonçalves de Miranda foi assassinada a facadas pelo ex-marido,  no Jardim Vitória. Em junho, Patrícia Mathias dos Santos levou vários tiros, juntamente com seu marido, Luan de Oliveira. Dessa vez, o autor do assassinato foi o ex-cunhado, que foi casado com a irmã de Patrícia e já havia ameaçado de morte outros familiares da ex-esposa.

Em todos esses casos é possível perceber uma relação de poder: a do homem que se sente possuidor da mulher ou do seu corpo. Inclusive no último caso, em que o ex-cunhado ameaçou – e matou – familiares da ex-esposa. As explicações costumam ser bem parecidas: ciúmes, fins de relacionamento e outras situações que impliquem uma ‘perda’ desse ‘poder’ que ele acredita ter.

Ainda, se fizermos uma análise mais aprofundada, percebemos que com frequência o assassinato de mulheres tem mais crueldade. Espancamento, estupro, humilhações, medo. Para que se mantenha essa relação de poder, mesmo que num nível inconsciente.

É por isso que precisamos do feminismo. Para que as pessoas entendam que o machismo mata, machuca, cerceia. E é preciso que entendam que isso começa e se perpetua com ‘brincadeirinhas’ e ‘piadinhas’ machistas. Quando se humilha uma mulher, quando a diminui ou simplesmente lhe tomam o espaço. É quando a definem por uma roupa ou um estilo. E, quando entendemos isso, o feminismo passa a ser libertador. Porque busca um mundo de igualdade, mesmo entendendo que somos diferentes. Sejamos feministas!

Paula Fernandes

Paula Fernandes é jornalista por formação, fotógrafa por paixão e aspirante a atriz. Trabalha com gerenciamento de mídias sociais e gosta de discutir sobre feminismo, inclusão social e política. Gosta mais ainda quando consegue mostrar que o preconceito está ali, onde nem todo mundo consegue ver. E quando percebem que ele pode ser mandado embora com militância, conscientização e empoderamento. Escreve às quartas-feiras.

 

1 Comentário

1 Comentário

  1. Mãe de aluno

    12 de agosto de 2015 às 23:58

    Muito bom o artigo. O movimento feminista conquistou muitas vitórias para as mulheres. Porém, a igualdade entre gêneros ainda não é uma realidade. Somos vítimas de uma herança da sociedade patriarcal que coloca a mulher como cidadã de segunda classe. O mais cruel nesse legado são as próprias mulheres que educam os filhos, alimentarem e manterem esse comportamento. Essa conduta é tão tirana que as mulheres não percebem que o fazem. Sendo assim, concordo plenamente com sua opinião Paula Fernandes , é preciso manter o movimento feminista vivo e atuante.

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