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Coluna do Austin Andrade: 12 de abril e o fiasco das manifestações

 manifesto

Por Austin Andrade

O que pode acontecer quando entidades ligadas às elites do país tentam promover protestos contra o governo federal, sendo que essas mesmas entidades apoiam governos estaduais ligados a escândalos de corrupção como no Paraná, ou que enfrentam greve de professores como em São Paulo? Para apimentar mais a discussão, e se essas entidades, que dizem ser de “pessoas de bem” se alinham aos que defendem o fim de diversos direitos aos trabalhadores, como a malfadada e criminosa “lei da terceirização”? Não é preciso ser nenhum gênio para prevermos um retumbante fracasso.

Protestar é um direito de todos. Protestar é um ato saudável para a democracia e mostra o amadurecimento do país. Mas nem por brincadeira poderíamos colocar os atos como “apolíticos”, ou como se os “promoters” fossem os senhores detentores da verdade e dos bons costumes que sabem o que é melhor para mim, para você e para o resto do país.

Como diz a música do Titãs, “a gente não quer só comida….” a gente quer também dignidade, a gente não quer só um país livre da corrupção, a gente quer sim um país livre da corrupção e em que todos possam viver em paz. Para isso precisamos de uma reforma política que possibilite a todos ter uma vida digna. A distribuição de renda precisa ser de maneira efetiva, e não para alguns poucos eleitos, a ordem social precisa ser restruturada, nem que isso signifique entrar em confronto com quem não quer dividir o trono com os que infelizmente não nasceram em berço de ouro.

Muita coisa precisa ser feita, muita coisa precisa ser conquistada. Mas não é possível haja regresso ao Brasil de 1964, não é possível que uma parte da população continue destilando veneno doentio em atos que só comprovam os cientistas sociais quando dizem que a base de pensamento de grande parte da classe média está calcada no fascismo. Isso todos nós sabemos, para quem gosta e conhece minimamente a historiografia do Brasil, isso não é segredo.

Trezentas pessoas em Campo Mourão, três mil em Curitiba…esses números mostram o quanto o movimento que beira a neurose tem desidratado.

Se quiserem continuar, ótimo, mas que coloquem pautas concretas, que cobrem melhores condições para os professores, que cobrem cadeia para todos os corruptos, independente de sigla partidária, que cobrem reformas políticas efetivas, que cobrem reforma agrária justas, que cobrem melhores programas de transferência de rendas. E não menos importante, que entidades que se dizem apolíticas não usem a frase mais estúpida que podiam ter inventado, o famigerado “pessoas de bem”. Que esses empresários, médicos e afins que gostam de destilar ódio e preconceito nas manifestações, comecem a dar exemplos fornecendo nota fiscal, que os profissionais de saúde cumpram seus horários de trabalho nos postos em que são pagos para atuar, e que defendam a prisão para os que cobram por cirurgias realizadas pelo SUS.

O bom exemplo tem que surgir entre os que se acham os paladinos da moral e dos bons costumes, o resto é conversa fora. É isso.

Austin Andrade escreve para o Blog do Raoni toda a segunda-feira.

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